Os recentes combates na Líbia provocaram a morte de centenas de civis e obrigaram centenas de milhares de pessoas a fugir de suas casas, afirmou nesta terça-feira a ONU, que pediu o julgamento das violações aos direitos humanos.
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Um relatório conjunto do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos e a missão da ONU na Líbia (Unsmil) denuncia sequestros de civis, torturas e execuções, assim como possíveis "crimes de guerra".
"As violações (dos direitos humanos) continuam, com total impunidade. Não foram realizados esforços para detê-las", afirmou o porta-voz do Alto Comissariado, Ravina Shamdasani.
Segundo a porta-voz, muitos casos podem tratar de "crimes de guerra".
Mais de três anos depois da queda de Muamar Khadafi, com a ajuda de países como França, Estados Unidos e Grã-Bretanha, a Líbia vive em meio ao caos.
O país é dirigido por dois Parlamentos e dois governos - um ligado às milícias islamitas e outro reconhecido pela comunidade internacional - que disputam o poder.
Na segunda-feira, pelo menos 16 pessoas morreram em confrontos entre as forças pró-governo e milícias islâmicas nas cidades de Benghazi e Derna, no leste da Líbia.
As forças leais ao general reformado Khalifa Haftar e a Abdallah al Theni, o primeiro-ministro reconhecido pela comunidade internacional, tentam retomar as cidades das mãos dos islamitas, incluindo Trípoli e Benghazi.
Derna, reduto histórico dos islâmicos radicais no leste da Líbia, se transformou no bastião dos seguidores do Estado Islâmico (EI) na Líbia. Desde 2011, a localidade acolhe combatentes estrangeiros, que são treinados antes de serem enviados para o Iraque, ou para a Síria.