Rússia fornecerá carvão e eletricidade sem pré-pagamento à Ucrânia

Devido a situação crítica, os russos farão a entrega sem receber o dinheiro de forma antecipada
AFP
Publicado em 27/12/2014 às 15:15
Devido a situação crítica, os russos farão a entrega sem receber o dinheiro de forma antecipada Foto: MAX VETROV / AFP


A Rússia anunciou, neste sábado (27), sua intenção de fornecer carvão e eletricidade sem necessidade de pagamento adiantado à Ucrânia, que cobre com dificuldades suas necessidades energéticas pelo conflito entre Kiev e os separatistas pró-russos.

"Devido aos graves problemas energéticos da Ucrânia, decidimos satisfazer a demanda das autoridades ucranianas e ajudá-las vendendo eletricidade na tarifa preferencial", declarou o vice-primeiro-ministro russo, Dimitri Kozak, em uma entrevista à televisão Rossia 24. Os russos fornecerão eletricidade à Ucrânia ao preço aplicado no mercado interno russo, muito inferior ao que está em vigor no território ucraniano. "Além disso, estamos dispostos a entregar até um milhão de toneladas de carvão por mês", acrescentou Kozak.

Desta forma, o líder declarou que a Rússia espera contribuir para garantir um fornecimento estável de eletricidade à península ucraniana da Crimeia, de maioria de língua russa, que foi anexada pela Rússia e sofreu grandes cortes elétricos nos últimos tempos a pedido de Kiev.

Segundo informações do porta-voz do presidente, Dimitri Peskov, devido à situação crítica, o presidente russo, Vladimir Putin, decidiu iniciar as entregas ainda que não sejam pagas antecipadamente, modalidade normalmente obrigatória. "Esta decisão mostra a vontade política do presidente Putin de dar um apoio real aos ucranianos sobretudo quando o ano novo se aproxima", disse Peskov.

O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, alertou para as dificuldades da Ucrânia em cobrir suas necessidades elétricas, o que provocou frequentes cortes de luz em várias regiões do país, incluindo aquelas sob controle russo. Moscou, que paralisou as entregas de carvão em novembro, aceitou retomá-las no início de dezembro tendo como condição que Kiev garanta o abastecimento da Crimeia.

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