Tribunal egípcio reduz penas de jovens que participaram de casamento gay

As enas foram diminuídas de três para um ano de prisão. Veredito ainda pode ser apelado
Da AFP
Publicado em 27/12/2014 às 13:34


Um tribunal de apelação egípcio reduziu neste sábado (27) as penas impostas a oito jovens acusados de produzir um vídeo de um casamento gay, que se tornou viral na internet, diminuindo-as de três anos para um. 

Os oito homens foram detidos em setembro e condenados em novembro pela "publicação de imagens indecentes", mas não por "incitação à libertinagem", a outra acusação feita contra eles.

O novo veredito foi anunciado neste sábado por um responsável judicial às famílias dos condenados, que esperavam angustiadas em uma sala do tribunal do Cairo, constatou a AFP.

Os familiares, que contavam com uma absolvição, choraram ao saber do veredito, que ainda pode ser apelado.

O vídeo, compartilhado entre diversos internautas no Facebook, Twitter e Youtube, mostra dois homens trocando alianças em um barco no Cairo, cercados por amigos que cantavam.

Os advogados asseguram que seus clientes não são homossexuais e acusam o tribunal de haver cedido à pressão popular, em um país conservador onde a homossexualidade é mal vista.

Antes da detenção, um dos condenados afirmou em um canal pago de televisão que o vídeo foi filmado em um aniversário.

A legislação egípcia não proíbe formalmente a homossexualidade, mas inúmeros pessoas foram condenadas nos últimos anos por libertinagem, acusadas de ter participado de festas gays. 

Três egípcios foram condenados em abril a oito anos de prisão por terem organizado, segundo autoridades, "uma festa pervertida" e praticado a "libertinagem".

A ONG Human Rights Watch (HRW) acusou em setembro as autoridades egípcias de "em várias ocasiões terem detido e torturado homens suspeitos de conduta homossexual".

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