O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, advertiu nesta terça-feira ao novo governo grego que Bruxelas "não mudará tudo" para resolver a crise da dívida do país.
O novo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, líder do partido de esquerda Syriza, que busca reduzir a dívida da Grécia e pôr fim às políticas de austeridade, se reunirá com Juncker na quarta-feira.
"Evidentemente devemos considerar a expressão democrática e o sufrágio do povo grego, que admiro muito por seu modo de agir e de não agir", disse Juncker em uma sessão do Parlamento Europeu.
"Mas os que ganharam as eleições também devem levar em conta as convicções e os modos de agir dos outros", acrescentou.
Tsipras segue realizando nesta semana visitas em busca de apoio para as suas propostas relativas à crise da dívida. Dois resgates internacionais colocaram na conta de Atenas cerca de 315 bilhões de euros, o correspondente a 175% de seu PIB, o que Tsipras busca reduzir ou renegociar.
Mas vários países da zona do euro se posicionam contra qualquer redução da dívida grega. Entre eles, Finlândia, os países do mar Báltico, Holanda e Alemanha, defensores do rigor fiscal.
Portugal e Espanha, dois países atingidos pela crise e que tiveram que implementar rígidas políticas de rigor fiscal para responder às demandas de seus credores, também se opõem a uma mudança dos termos dos empréstimos à Grécia.
Toda decisão sobre o futuro da dívida do país deve ser tomada por unanimidade pelo Eurogrupo, ou seja, por seus 19 membros, que têm reunião prevista para 16 de fevereiro.