Uma mulher de Hong Kong foi condenada nesta terça-feira por escravizar e agredir uma empregada doméstica originária da Indonésia, cujo calvário provocou grande comoção na ex-colônia britânica.
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A juíza Amanda Woodcock manteve 18 das 20 acusações contra Law-Tung Wan, uma mãe de 44 anos, incluindo agressões corporais graves e ameaças contra Erwiana Sulistyaningsih, sua ex-empregada de 23 anos.
Lei-Tung Wang, que pode pegar até sete anos de prisão, foi presa no final da audiência e terá sua pena revelada em 27 de fevereiro.
"Estou muito feliz", declarou Erwiana Sulistyaningsih, vestindo uma camisa estampada com uma foto de si mesma e a palavra justiça.
"Tenho certeza que ela disse a verdade", afirmou, por sua vez, a juíza Woodcock, ao basear sua decisão principalmente no confronto das duas mulheres.
Durante o julgamento, Erwiana Sulistyaningsih contou detalhadamente as torturas sofridas durante meses e explicou que tinha sido alimentada apenas com pão e arroz.
Erwiana Sulistyaningsih relatou ainda que em uma ocasião perdeu a consciência devido a uma surra e que só conseguia dormir quatro horas por dia.
Erwiana conseguiu escapar em janeiro de 2014, depois de oito meses de violência, e foi hospitalizada por um mês em estado grave em Sragen, na ilha indonésia de Java.
O caso teve repercussões diplomáticas, quando o ex-presidente da Indonésia Susilo Bambang Yudhoyono telefonou a Erwiana para dizer que "faria justiça".
O caso de Erwiana expôs os abusos sofridos muitos trabalhadores domésticos.
Em Hong Kong existem 300.000 trabalhadores domésticos, em sua maioria originários da Indonésia e Filipinas.
Os empregados ganham 300 dólares por mês e desfrutam de alguns dias de férias por ano.