O presidente americano, Barack Obama, declarou nesta quarta-feira que muitos muçulmanos americanos vivem com medo após o homicídio há uma semana de três estudantes muçulmanos na cidade universitária de Chapel Hill, a sudeste dos Estados Unidos.
Leia Também
"Ainda não sabemos por que estes três jovens (...) foram brutalmente assassinados em Chapel Hill. Mas sabemos que muitos muçulmanos americanos em todo o país estão preocupados e têm medo", escreveu Obama em uma coluna, coincidindo com o segundo dia de uma reunião contra o extremismo realizada em Washington com a participação de representantes de 60 países.
"Os americanos de todas as religiões e de todas as origens devem permanecer unidos com uma comunidade em luto e insistir no fato de que uma pessoa jamais deve ser atacada por ser quem é, por sua aparência ou seu credo", disse o presidente americano no texto publicado no Los Angeles Times.
O triplo homicídio provocou comoção nos Estados Unidos e no mundo. Milhares de pessoas acompanharam na última quinta-feira o funeral dos jovens.
A polícia não determinou ainda se as vítimas, Yusor Abou-Salha, Razan Abou-Salha e o marido de Yusor, Deah Shaddy Barakat, foram assassinadas por motivos religiosos ou devido a uma disputa com vizinhos.
O suspeito pelos três crimes é Craig Stephen Hicks, de 46 anos, que se entregou à polícia após as mortes. Ele é acusado de assassinato e pode ser condenado à pena de morte ou à prisão perpétua.
"Para enfrentar a Al-Qaeda e a organização Estado Islâmico, que propagam a mentira de que os Estados Unidos estão em guerra contra o Islã, temos todos um papel na defesa dos valores de pluralismo que nos definem", disse Obama.
"Este pluralismo por vezes foi ameaçado por ideologias de indivíduos cheios de ódio", acrescentou, fazendo alusão ao ataque lançado em agosto de 2012 em um templo Sikh em Oak Creek, Wiscosin (norte), e à morte de três membros da comunidade judaica no Kansas (centro) em abril de 2014.
Obama fará um discurso ao fim da tarde desta quarta-feira no encontro realizado em Washington, anunciado pelos Estados Unidos em janeiro, pouco depois dos atentados em Paris, mas previsto desde antes.
Na quinta-feira participarão do encontro o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, os ministros do Interior de França e Grã-Bretanha, Bernard Cazeneuve e Theresa May, os ministros das Relações Exteriores de Jordânia e Japão, Naser Judeh e Yasuhide Nakayama, e o secretário-geral da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), Iyad Madani.