Na cúpula de 60 países que se reúne nesta quarta-feira (18) em Washington, o presidente Barack Obama defenderá que o mundo precisa oferecer "algo melhor" aos jovens para evitar que sejam seduzidos pelo extremismo.
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Obama afirmou que grupos como a Al Qaeda e o Estado Islâmico "exploram a raiva gerada quando as pessoas sentem que a injustiça e a corrupção lhes deixam sem possibilidade de melhorar suas vidas. O mundo precisa oferecer algo melhor aos jovens de hoje", escreveu Obama em artigo para o jornal "The Los Angeles Times".
A luta pelos "corações e mentes", enfatizou, é tão ou mais importante do que o poder militar.
Em meio a crises no Iêmen e na Líbia, Obama está pedindo que o Congresso apoie seu plano militar para derrotar extremistas do Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Mas, até agora, a ação militar dos Estados Unidos não conseguiu dar conta de uma robusta operação de mídias sociais e propaganda, cujo sucesso em recrutar combatentes e jihadistas em comunidades ocidentais, inclusive nos Estados Unidos, tem sido alarmante.
Obama quer evitar que a cúpula seja dominada pela discussão do terrorismo islâmico e tentar olhar a questão de maneira mais ampla. Ele quer enfatizar a necessidade de combater as ideologias extremas que levam jovens modernos ao extremo de decapitar um não-crente, sequestrar crianças ou disparar contra sinagogas. Ele quer destacar modelos de prevenir a radicalização que possam ser replicados em outras comunidades.
"Os governos que negam os direitos humanos favorecem os extremistas para quem a violência é a única maneira de obter mudanças", escreveu Obama. "Os esforços contra o extremismo violento só terão sucesso se os cidadãos puderem abordar suas queixas legítimas por meio do processo democrático e se expressar por meio de sociedades civis fortes."
A ideia de fazer uma cúpula do gênero circula pelo governo norte-americano desde a época da reeleição de Obama, mas o encontro só foi marcado depois dos ataques de Paris, em janeiro. Desde então, Obama e outras autoridades dos EUA têm insistido na ideia de que os Estados Unidos têm tradição em fazer com que imigrantes se sintam membros plenos de sua sociedade.
Quando abriu a cúpula, na terça-feira, o vice-presidente Joseph Biden destacou a importância de aumentar a integração e inclusão das comunidades de imigrantes para evitar a radicalização. Segundo ele, porém, os EUA não têm "todas as respostas" sobre como lidar com o extremismo violento, mas têm mais experiência do que a Europa, recente alvo dos radicais, em receber imigrantes.