Conflito

Líbia pede fim do embargo de armas para lutar contra jihadistas

O ministro líbio apelou à comunidade internacional por uma ajuda para que o país reforce a capacidade militar

Da AFP
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Publicado em 19/02/2015 às 9:25
Foto: NOORULLAH SHIRZADA / AFP
O ministro líbio apelou à comunidade internacional por uma ajuda para que o país reforce a capacidade militar - FOTO: Foto: NOORULLAH SHIRZADA / AFP
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O chanceler da Líbia, Mohammed al-Dairi, pediu na quarta-feira ao Conselho de Segurança da ONU a suspensão do embargo de armas imposto ao país para lutar de modo mais eficiente contra os jihadistas, ao mesmo tempo que descartou a ideia de uma intervenção internacional.

Segundo fontes diplomáticas, um projeto de resolução neste sentido, preparado pelo grupo árabe das Nações Unidas, seria apresentado aos 15 países do Conselho de Segurança pela Jordânia, único integrante árabe do Conselho, mas sem previsão de decisão imediata no organismo.

O ministro líbio apelou à comunidade internacional por uma ajuda para que o país reforce a capacidade militar, o que "implica suspender o embargo de armas para que nosso exército possa receber material e armas com o objetivo de enfrentar o terrorismo desenfreado".

O chanceler ressaltou que, apesar da ação dos grupos jihadistas em seu país ameaçar a África e a Europa, Trípoli "não recebe a mesma atenção que a Síria ou o Iraque".

Mas ele destacou que não pede uma intervenção internacional, ao contrário do que sugeriram as autoridades do Egito depois do assassinato na Líbia de 21 cristãos coptas egípcios pelo grupo Estado Islâmico.

O ministro egípcio das Relações Exteriores, Sameh Chukri, afirmou que o projeto de resolução prevê uma suspensão das restrições à venda de armas destinadas ao governo líbio reconhecido pela comunidade internacional. 

Mas vários integrantes do Conselho de Segurança, incluindo a Rússia, tem dúvidas sobre a suspensão do embargo à Líbia, imposto desde 2011, e mencionam o risco de que as armas caiam nas mãos erradas.

O governo do Catar chamou para consultas seu embaixador no Egito, depois de um incidente em uma reunião da Liga Árabe.

De acordo com a a imprensa do Cairo, o delegado egípcio na Liga Árabe, Tariq Adel, acusou o Catar de apoiar o terrorismo quando o delegado deste país manifestou dúvidas sobre uma cláusula que aprovava os bombardeios aéreos egípcios contra os jihadistas.

Os governos ocidentais diminuíram o entusiasmo egípcio a respeito de uma intervenção no país vizinho.

A Líbia enfrenta uma grande crise, sob a influência de várias milícias, algumas jihadistas. 

Além disso, dois governos disputam o poder em várias partes do território: um ligado às milícias islamitas do grupo Fajr Libya (Amanhecer da Líbia) e o outro, reconhecido pela comunidade internacional, instalado no leste do país, perto da fronteira egípcia.

O principal reduto do braço líbio do EI está em Derna, 1.300 km ao leste de Trípoli.

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