O surto de ebola na África Ocidental deve terminar em agosto, afirmou à BBC o chefe da missão da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a doença, Ismail Ould Cheikh Ahmed.
Ahmed admitiu que a ONU cometeu erros durante a crise, agindo de forma "arrogante" em algumas ocasiões.
"Houve provavelmente uma ausência de conhecimento e também um certo nível de arrogância, mas acredito que estamos aprendendo importantes lições", disse Ahmed, para quem o surto de ebola "deve acabar até verão [inverno no hemisfério sul]".
Para a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), uma "coalizão global de inação" provocou consequências trágicas.
A organização diz que os primeiros chamados por ajuda foram ignorados pelos governos locais e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O surto de ebola, iniciado em 2014, já deixou mais de 10 mil mortos, estando a grande maioria dos casos concentrada na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné.
No sábado (21), o presidente de Serra Leoa anunciou uma quarentena entre 27 e 29 de março, período durante o qual todos os cidadãos do país deverão permanecer em suas casas para ajudar no combate à doença.
A Libéria anunciou na sexta-feira (20) o primeiro caso registrado de ebola em semanas. Autoridades investigam como o paciente teria contraído o vírus da doença.
Na Guiné, o número de casos vem aumentando desde o início do ano.