As autoridades responsáveis pelas obras para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, garantem que tudo está dentro do prazo. Nesta terça-feira (24), a exatos 500 dias para os Jogos, não faltam, no entanto, desafios para garantir o sucesso do evento, marcado para agosto: dezenas de obras inacabadas, instalações a serem feitas, equipamentos a serem adquiridos, Baía de Guanabara a ser limpa.
Em evento público no domingo (22), o prefeito do Rio, Eduardo Paes, chegou a propor aposta com um repórter que lhe perguntou se as obras estarão todas prontas a tempo. “Já falei 500 vezes que estará tudo pronto, você quer apostar? Quanto quer apostar?”, perguntou ele ao jornalista. “Para a desgraça de alguns, as obras para as Olimpíadas vão bem e de legado também”, garantiu o prefeito.
A matriz de responsabilidades dos jogos, documento que reúne os compromissos assumidos pelos governos federal, estadual e municipal para a organização e realização do evento, foi atualizada em janeiro. São 56 projetos orçados em mais de R$ 6,6 bilhões. Do valor total, R$ 4,24 bilhões são financiados por parcerias com o setor privado e R$ 2,37 bilhões, por recursos públicos.
As mais de 660 disputas esportivas, previstas para os 30 dias de jogos, vão ocorrer em mais de 30 instalações nas quatro regiões definidas pelos organizadores. A região do Maracanã engloba o estádio, o Sambódromo e o Engenhão. A de Copacabana inclui a Marina da Glória e a Lagoa Rodrigo de Freitas, que receberão provas como remo, vela e canoagem. As regiões da Barra e de Deodoro são as que concentram o maior número de obras.
A obra mais avançada é a Vila Olímpica e Paralímpica, na Barra da Tijuca, zona oeste, onde ficarão os atletas e que está com 75% das obras concluídas, segundo o Comitê Rio 2016. Com capacidade para hospedar até 18 mil pessoas em uma área 475 mil metros quadrados, o complexo residencial tem 31 prédios de 17 andares, com 3.604 apartamentos e 10.160 quartos. A conclusão da obra está prevista para o fim do ano. Só então serão construídas as estruturas temporárias, como policlínica, refeitório com capacidade para 5 mil pessoas e uma academia.
No Parque Olímpico, também na Barra, com área de 1,18 milhão de metros quadrados, 83% dos trabalhos nas redes subterrâneas do parque estão concluídos, segundo a Empresa Olímpica Municipal, responsável pelas obras. Estão em andamento a pavimentação dos estacionamentos, dos terraços para espectadores, do deque da área de convivência, as passarelas de ligação da Vila Olímpica com a Arena Carioca 1 e o Centro Aquático e a recuperação das margens da lagoa. São de parceria público-privada as arenas Cariocas 1, 2, e 3, o Centro Principal de Mídia, o Centro Internacional de Transmissão, o hotel e a infraestrutura da Vila dos Atletas. No local, ocorrerão disputas de 16 modalidades olímpicas e nove paralímpicas. O estádio aquático, centro de tênis, velódromo e a Arena do Futuro, que receberá jogos de handebol e golbol, têm aporte da União. Há instalações no interior do parque com previsão de entrega no segundo, terceiro e quarto trimestres e até no segundo trimestre de 2016, como o hotel.
Na região de Deodoro, zona oeste, vários equipamentos estão em fase de construção, como o estádio de Canoagem Slalom, a pista de Mountain Bike e o centro olímpico de ciclismo BMX. A maioria das obras nessa região tem previsão de conclusão para o primeiro e o segundo trimestre de 2016. Em Deodoro todos os recursos são do governo federal.
As maiores preocupações com o cronograma por parte do Comitê Olímpico Internacional, demonstradas em fevereiro, são as obras do campo de golfe, do velódromo e o local das provas de hispismo. De acordo com o cronograma da Empresa Olímpica Municipal, o velódromo e o centro de hipismo estarão prontos no quarto trimestre e o campo de golfe no segundo trimestre de 2016.
Um problema já assumido pelo governo do estado é o de que a baía não estará suficientemente limpa para as competições previstas para ocorrer no local, apesar do compromisso firmado em 2009 com o Comitê Olímpico Internacional.
As obras na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio, palco das provas de remo e canoagem, começaram neste mês. O trabalho deve durar três meses. As obras serão financiadas pelo governo do estado e vão custar cerca de R$ 14 milhões. O Comitê Rio 2016 fornecerá os equipamentos para a instalação das raias, que serão doadas ao estado após o evento. O novo sistema será avaliado no evento-teste de remo, marcado para agosto deste ano.
Os eventos-teste começam em julho. Até maio de 2016 serão feitas 44 competições que devem reunir mais de 7.800 atletas na cidade. Os eventos-teste de alguns esportes, como ginástica e triatlo, serão classificatórios para os Jogos. Alguns, como os de badminton, tiro esportivo e atletismo, servirão para que os atletas possam somar pontos ou atingir marcas.
O secretário municipal da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho, explicou que a cooperação da sociedade civil será fundamental para garantir a mobilidade na cidade durante os jogos e que essa cooperação deve começar nos eventos-teste. “A preocupação é permanente. Essa não é uma operação apenas da prefeitura do Rio, precisamos da parceria da população e que a imprensa ajude a comunicar as medidas que serão adotadas”, explicou, ao mencionar a mudança do calendário escolar. as restrições de vias durante o evento, como mudanças que precisam ser informadas aos cidadãos.
Durante os 30 dias de evento, a cidade vai receber delegaçõe