Vinte e três suspeitos de cumplicidade com os autores do ataque de 18 de março contra o Museu do Bardo de Túnis foram detidos e outros quatro estão foragidos, informou nesta quinta-feira o ministro do Interior.
"Vinte e três pessoas, entre elas uma mulher, que constituíam uma célula terrorista, foram detidas", disse o ministro Najem Gharsalli em uma coletiva de imprensa. Ele acrescentou que "80% desta célula" envolvida no ataque ao museu foi desmantelada.
Todos os detidos são tunisianos. Dois marroquinos, um argelino e um tunisiano fugiram. Este último, Maher Ben Muldi Gaidi, é acusado de ter fornecido armas automáticas a dois francoatiradores que mataram 21 pessoas (20 turistas estrangeiros e um policial), acrescentou a fonte.
O ministro afirmou que "a operação terrorista foi dirigida pelo terrorista Lokman Abu Sakhr", um jihadista de nacionalidade argelina considerado um dos dirigentes do Okba Ibn Nafaa, um grupo jihadista filiado à Al-Qaeda que se instalou nas montanhas fronteiriças com a Argélia.
O ataque, no entanto, foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), uma organização jihadista rival da Al-Qaeda.
"Neste momento não é possível dar o nome (do grupo responsável pelo ataque). O que é certo é que existem vínculos com Okba Ibn Nafaa", disse o ministro.
Segundo o ministro, os suspeitos se dividem em três grupos: o "primeiro supervisiona, o segundo planeja e o terceiro executa".
Marcha internacional
O ataque ao Bardo, que causou grande comoção em todo o mundo, é o primeiro que atinge estrangeiros desde 2002.
Por isso, a presidência tunisiana decidiu organizar no domingo uma marcha internacional contra o terrorismo.
O presidente francês François Hollande participará do evento.
"Hollande chegará no domingo a Túnis para participar na grande marcha republicana contra o terrorismo organizada pelas autoridades tunisianas, a convite do presidente Beji Caid Essebsi", declarou na véspera a presidência francesa em um comunicado.
No ataque, morreram, entre outros, três turistas franceses.