Equipes de socorro, que trabalham para resgatar sobreviventes das inundações ocorridas no Deserto de Atacama, Chile, na semana passada, encontraram três mineiros dos "33 de Atacama", que em 2010 foram resgatados depois de 69 dias soterrados em uma mina de cobre. Os três foram encontrados ilesos, depois de serem dados como desaparecidos nas inundações.
“Eles perderam tudo, mas o mais importante é que estão bem”, disse o líder do grupo que ficou conhecido como os "33 de Atacama", Luis Urzua, citado pela agência de notícias francesa, AFP.
As invulgares inundações registadas nos últimos dias em Atacama, onde se situa o deserto mais árido do planeta, deixaram 17 mortos e 20 desaparecidos, segundo balanço oficial divulgado hoje (30).
Luis Urzua, considerado o líder dos “33 de Atacama”, deu o alerta no domingo, indicando não ter notícias de três dos seus companheiros – Ariel Ticona, Estebán Rojas e Victor Segovia –, que vivem em localidades atualmente submersas pela água.
“Fisicamente estão bem, mas materialmente é complicado”, afirmou. “A região vai demorar a [se] recuperar, é como depois de um tsunami”, acrescentou.
A catástrofe afetou um outro mineiro do grupo, Victor Zamora, cuja casa foi arrastada pelas águas na aldeia mineira de Tierra Amarilla, perto da cidade de Copiapó – 800 quilômetros ao norte de Santiago. “É mais uma tragédia, perdemos tudo”, disse Zamora na sexta-feira (26) à AFP.
As intempéries, nada habituais naquela região desértica, fizeram ainda 26 mil desalojados, segundo o mais recente balanço do Gabinete Nacional de Emergências (Onemi).
A presidenta chilena, Michelle Bachelet, que se deslocou no sábado à região, lamentou o cenário “de desolação”.