Vários capacetes azuis são responsáveis pela morte por arma de fogo de três manifestantes no norte do Mali no final de janeiro, informou nesta quinta-feira um porta-voz da ONU.
"A investigação concluiu que membros de uma unidade de polícia da Minusma (missão da ONU no Mali) fizeram um uso excessivo e não autorizado da força durante uma manifestação, o que provocou a morte por arma de fogo de três manifestantes e feriu outras quatro pessoas", detalhou Farhan Haq.
"O secretário-geral da ONU Ban Ki-moon se comprometeu a garantir que os autores sejam totalmente responsabilizados por seus atos", acrescentou.
Os investigadores informaram que os soldados malis fugiram, por não terem como se proteger, quando manifestação se tornou violenta e só retornaram depois que o local estava calmo.
Ban Ki-moon pediu desculpas às famílias das vítimas.
Em 27 de janeiro, três pessoas morreram e quatro ficaram feridas em uma manifestação na sede da Minusma.
Os manifestantes protestaram pelo fato de a Minusma ter feito um acordo com os rebeldes que, segundo eles, conduziria ao desarmamento ou a retirada das forças leais da cidade. Após o incidente, a Minusma anunciou o cancelamento do documento em questão.
Várias testemunhas ouvidas pela AFP na ocasião afirmaram que a Minusma disparou contra os manifestantes.
A Minusma foi implantada no país em julho de 2013 após uma intervenção internacional para combater os jihadistas do norte do Mali.
Alguns policiais ruandeses membros da Minusma foram acusados e serçai investigados por Ruanda após as revelações da ONU.
O comandante da unidade de polícia ruandesa da Minusma foi mandado de volta a Ruanda. Outros 35 oficiais que estava sob o seu comando também foram afastados e serão enviados para o seu país nos próximos dias.
Essa missão da ONU conta hoje com 11.000 homens, entre 10.000 militares e policiais.
Com mais de 40 capacetes azuis mortos, a Minusma é considerada a missão mais perigosa das que ONU mantém em curso.