Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da França, François Hollande, elogiaram nesta quinta-feira (2) a conclusão de um acordo “histórico” sobre o programa nuclear do Irã,. Após a definição, Obama informou que o acordo será objeto de “inspeções sem precedentes”.
“Hoje, os Estados Unidos, com seus aliados e parceiros, concluíram um acordo histórico com o Irã, que, se for plenamente aplicado, impedirá a obtenção da arma nuclear”, declarou o presidente norte-americano durante entrevista na Casa Branca.
“O Irã concordou com um regime de transparência e com as mais intensas inspeções até hoje negociadas na história dos programas nucleares”, acrescentou.
A maratona de negociações entre as seis potências e o Irã ocorreu em Lausana, na Suíça. O chamado Grupo 5+1 é constituído pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido) e a Alemanha.
Obama elogiou o desempenho de Teerã nas negociações. “O Irã cumpriu todas as obrigações, eliminando suas reservas de material nuclear perigoso e aumentando as inspeções do programa nuclear. Prosseguiremos com as negociações para tentarmos alcançar um acordo mais completo.”
O presidente dos Estados Unidos disse que telefonará ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu para explicar os termos do acordo. Antes da conclusão do acordo, Netanyahu exigiu uma “redução considerável” das capacidades nucleares de Teerã.
Obama também informou que conversou com o rei da Arábia Saudita, Salmane Ben Abdel Aziz, e anunciou uma reunião com os países árabes do Golfo, nos Estados Unidos, durante a primavera, que se estende até junho.
Hollande disse que a França zelará, "como sempre tem feito com os parceiros, para que os termos sejam pormenorizados, de modo a alcançarmos um acordo credível e passível de verificação”. Ele ressaltou que o Irã não estará em condições de ter arma nuclear.
As negociações começaram no dia 26 de março. O acordo anunciado hoje é para resolver o dossiê nuclear iraniano, etapa decisiva para o acerto definitivo, com aspectos técnicos e legais até 30 de junho.
Segundo os primeiros elementos do acordo, a capacidade de enriquecimento do Irã deverá ser reduzida e o país terá de reduzir de 19 mil para 6 mil o número de centrifugadoras em atividade.
O secretário de Estado norte-americano John Kerry, que participou das negociações de Lausana, afirmou que as reservas de urânio enriquecido do Irã serão reduzidas “em 98% durante 15 anos”.