Comissão Europeia propõe cotas para acolher imigrantes

A ideia é tentar distribuir pelos países do bloco os imigrantes africanos que atravessam o Mediterrâneo para pedir asilo em território europeu
Folhapress
Publicado em 13/05/2015 às 22:15
A ideia é tentar distribuir pelos países do bloco os imigrantes africanos que atravessam o Mediterrâneo para pedir asilo em território europeu Foto: Foto: PAO/MITTELMEER / BUNDESWEHR / AFP


A Comissão Europeia apresentou nesta quarta-feira (13) um plano polêmico que prevê a definição de cotas de refugiados para cada Estado-membro da União Europeia.

A ideia é tentar distribuir pelos países do bloco os imigrantes africanos que atravessam o Mediterrâneo para pedir asilo em território europeu. Hoje, a recepção a eles concentra-se em países da região costeira, como a Itália.

No ano passado, apenas cinco países da União Europeia tiveram de lidar com cerca de dois terços dos pedidos totais de asilo de imigrantes.

Segundo o presidente da comissão, Jean-Claude Juncker, o objetivo da proposta de cotas é conter as migrações, resgatar os imigrantes em dificuldades e distribuir de modo mais equitativo sua acolhida pela União Europeia.

A ideia foi imediatamente rechaçada pela ministra do Interior do Reino Unido, Theresa May, que defendeu que os imigrantes que tentam chegar à Europa pelo Mediterrâneo sejam reenviados.

"Discordo totalmente de Federica Mogherini [chefe da diplomacia da UE] quando ela diz que imigrantes interceptados no mar não podem ser enviados de volta contra sua vontade. Isso só estimula pessoas a arriscarem duas vidas", afirmou a ministra.

Outros países, como Hungria, Eslováquia e Estônia, também já rejeitaram o plano.

O número dois da Comissão Europeia, Franz Timmermans, rebateu dizendo que a "pior coisa" seria não fazer nada diante do problema.

"Não agir agravaria a situação das pessoas em dificuldades e faria com que perdêssemos a credibilidade. Nós não podemos aceitar que famílias inteiras se afoguem no Mediterrâneo", declarou ele.

A situação política em países da África, como a Líbia -de onde parte a grande maioria dos barcos clandestinos- aumentou o número de imigrantes e agravou a crise humanitária. Estima-se que, só neste ano, mais de 1,800 tenham morrido ao tentar a travessia do Mediterrâneo.

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