Presidente do Burundi faz primeira aparição após tentativa de golpe

Autoridades não descartam adiamento das eleições previstas para o fim de maio
Da AFP
Publicado em 17/05/2015 às 9:55
Autoridades não descartam adiamento das eleições previstas para o fim de maio Foto: Foto: CARL DE SOUZA / AFP


O presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, apareceu neste domingo (17) em Buyumbura pela primeira vez desde a tentativa de golpe de Estado de quarta-feira (13), e as autoridades não descartam um breve adiamento das eleições previstas para o fim de maio.

Vestido com um terno azul, com um ar relaxado e sorridente, Nkurunziza conversou de forma breve com os jornalistas da imprensa nacional e internacional, sem se referir aos últimos acontecimentos políticos ocorridos em seu país.

Pouco depois, o conselheiro de comunicação da presidência, Willy Nyamitwe, disse que as autoridades não descartam adiar em alguns dias as eleições legislativas e presidenciais marcadas para o fim de maio.

"Ocorreu em 2005, ocorreu em 2010, por que não ocorreria em 2015 se a comissão (eleitoral) considerar que é possível adiar (as eleições) em dois ou três dias, ou em uma semana...", declarou.

Nyamitwe também condenou os recentes ataques contra vários rádios privadas do país, durante a tentativa de golpe de Estado, embora os diretores destes meios de comunicação tenham acusado os seguidores do presidente de estar por trás destes ataques.

Nkurunziza falou, por sua vez, das supostas ameaças do grupo islamita somali Al-Shebab, vinculado à Al-Qaeda, que advertiu que atacaria o Burundi e outros Estados participantes na força militar da União Africana na Somália.

"Tomamos medidas contra o Al-Shebab. Não levamos estas ameaças muito a sério", disse Nkurunziza.

O presidente conseguiu retornar na sexta-feira ao palácio presidencial, depois de ter permanecido bloqueado na Tanzânia, onde estava na quarta-feira quando o general Godefroid Niyombare anunciou o golpe de Estado, um levante que terminou em fracasso.

No sábado, dezessete supostos golpistas compareceram ante a justiça, presos por terem participado supostamente no golpe dirigido por Niyombare, que fugiu, segundo a polícia.

Em fevereiro, Niyombare havia sido destituído por Nkurunziza de seu posto na liderança dos Serviços de Inteligência do Burundi, depois que desaconselhou o presidente a se apresentar a um terceiro mandato, uma candidatura que provocou semanas de violentos protestos no país.

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