O embaixador líbio na ONU, Ibrahim Dabbashi, declarou nesta terça-feira (2) que seu governo se nega a aprovar a iniciativa das Nações Unidas que prevê a adoção de um plano militar europeu para combater os traficantes de imigrantes.
Em entrevista à AFP, o diplomata líbio afirmou que, enquanto os europeus continuarem discutindo o plano com as milícias líbias que controlam a costa, o governo não dará sua autorização para uma resolução dessa natureza.
"A posição da Líbia é clara: enquanto a União Europeia e os demais países não conversarem com o governo legítimo, como o único representante do povo líbio, não receberão nenhum consentimento da nossa parte", frisou o embaixador Ibrahim Dabbashi.
A representante da diplomacia da UE, a italiana Federica Mogherini, pediu ao Conselho de Segurança o apoio da ONU ao plano europeu para enfrentar a crise dos migrantes com força militar contra os traficantes.
Os membros europeus do Conselho de Segurança - Grã-Bretanha, França, Lituânia e Espanha - trabalham junto com a Itália em um projeto de resolução que autorizaria o uso de uma força naval europeia em águas territoriais líbias.
A resolução requer, porém, o consentimento prévio do governo líbio para as operações, que também podem acontecer em seu território costeiro.
O governo líbio reconhecido pela comunidade internacional se deslocou de Trípoli para a cidade de Tobruk (leste).
O embaixador Dabbashi acredita que "a resolução nunca seguirá adiante".