Partido governista garante maioria na Câmara de Deputados do México

O partido do presidente ainda venceu os governos dos Estados de Campeche, Colima, San Luis Potosí, Sonoma e Guerrero
Da Folhapress
Publicado em 08/06/2015 às 12:07


O PRI (Partido Revolucionário Institucional) foi o mais votado nas eleições deste domingo (8) para a Câmara de Deputados do México, o que deverá garantir maioria simples na casa legislativa ao presidente Enrique Peña Nieto.

As vitórias no pleito legislativo e no governo de cinco Estados são vistas como um alívio ao mandatário mexicano, que chegou à eleição com baixa popularidade e enfrentando violentos protestos pedindo o boicote do pleito.

Com 79,8% das urnas apuradas, o PRI obtinha 28,6% dos votos no país, seguido pelo opositor de direita PAN (Partido Ação Nacional), com 20,8%, e pelo opositor de esquerda PRD (Partido da Revolução Democrática), com 10,61%.

Das 500 vagas da Câmara de Deputados, 300 são preenchidas pelos vencedores dos distritos eleitorais, divididos pela mesma quantidade em todo o país, e 200 se definem pela representação proporcional, mediante listas regionais dos partidos.

Pelo sistema de maioria, o partido de Peña Nieto e seus aliados Partido Verde e Nova Aliança obtiveram 180 cadeiras, contra 58 do PAN e 33 do PRD. Ainda não foram definidas as vagas do sistema de representação proporcional.

Nas estimativas dos jornais "Excelsior" e "El Universal", o PRI e seus aliados conseguiriam entre 246 e 263 vagas na Câmara, sendo mais provável que Peña Nieto tenha uma maioria simples na Câmara dos Deputados.

O partido do presidente ainda venceu os governos dos Estados de Campeche, Colima, San Luis Potosí, Sonoma e Guerrero, que teve eleições conturbadas por protestos violentos que pediam o boicote ao pleito e bloqueios de estradas.

Apesar das manifestações em Guerrero e nos vizinhos Michoacán, Chiapas e Oaxaca, o Instituto Nacional Eleitoral afirma que só 1% das urnas foram afetadas. Os Estados receberam um reforço de 40 mil policiais federais e soldados do Exército.

PROTESTOS

Porém, o envio das forças de segurança não impediu novos atos. Em Tixla, cidade do Estado de Guerrero onde fica a escola de Ayotzinapa, alguns pais e colegas dos 43 estudantes desaparecidos em setembro impediram a instalação de algumas urnas.

As caixas e as cédulas eleitorais foram queimadas pelos manifestantes, que pedem o retorno com vida dos alunos, embora a Promotoria afirme que eles foram mortos e queimados por policiais e traficantes que lhes fizeram uma emboscada.

Em Oaxaca, 40 urnas tiveram suas cédulas queimadas por membros da Coordenação Nacional de Trabalhadores da Educação, setor dissidente do sindicato dos professores que é contra a reforma educacional. No ato, a polícia prendeu 88 pessoas.

O presidente agradeceu o apoio às reformas na educação e nas telecomunicações e o fim do monopólio da estatal petroleira Pemex. "As reformas estão transformando positivamente nosso país e continuaremos colocando-as em prática".

Apesar da vitória do PRI, o descontentamento da população mexicana com os partidos ficou evidente pela baixa participação, que ficou em 46,8%, contra 63,12% no pleito presidencial de 2012.

Outro sinal do descontentamento foi a vitória de um candidato independente, Jaime Rodríguez, conhecido como El Bronco, para o governo do Estado de Nuevo Léon, a terceira unidade federativa mais rica do país.

Conhecido por suas frases de efeito e por estar quase sempre com chapéu de caubói, El Bronco conseguiu 48,8% dos votos, mais do que a soma dos candidatos de seu antigo partido, o PRI, e do opositor PAN.

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