O Hamas acusou a Autoridade Nacional Palestina de estar por trás dos recentes ataques em Gaza, embora reivindicados por radicais islamitas e atribuídos por especialistas a esses movimentos extremistas.
O Hamas, cujas relações com a Autoridade Palestina, do presidente Mahmud Abbas, são tensas, enfrenta um novo desafio no enclave onde tomou o poder pela força em 2007: a presença de salafistas ou extremistas que afirmam pertencer ao grupo Estado Islâmico (EI).
Várias explosões e tiros foram registrados recentemente contra bases das forças armadas do Hamas. O Hamas também "frustrou em maio um atentado com carro-bomba" no norte do território, "pouco antes de sua explosão", disse em uma coletiva de imprensa o porta-voz do ministério do Interior, Iyad al Bozoum.
"As forças políticas e de segurança da Autoridade de Ramallah estão por trás da maioria das operações destinadas a interromper a segurança em Gaza", acusou o porta-voz. O Hamas chegou a esta conclusão "após investigações dos serviços de segurança", disse.
Gaza tem sido palco desde o fim da última guerra com Israel (julho-agosto de 2014) de um confronto cada vez mais violento entre o Hamas e radicais cada vez mais ativos e visíveis. A deterioração da situação faz temer uma implosão, depois de três conflitos com Israel em seis anos.
Ao assinar a reconciliação, em abril de 2014, o Hamas e a Autoridade Palestina haviam concordado em formar juntos um governo independente. Este último teve de deixar às pressas Gaza, depois de ter sido incapaz de trabalhar durante uma missão organizada um ano após o acordo. Desde então, Gaza e Ramallah se acusam mutuamente pelo fracasso da reunificação.
Al-Bozoum voltou a acusar a ANP de encorajar, nas redes sociais, protestos contra o Hamas, que reprimiu duramente recentemente movimentos de jovens que tentavam protestar.