Tomada de reféns no Mali termina com 12 mortos

Ataque foi neutralizado durante a madrugada deste sábado
Da AFP
Publicado em 08/08/2015 às 10:58


O comando armado que mantinha várias pessoas como reféns em um hotel em Sevare, no centro de Mali, foi neutralizado na madrugada deste sábado pelas forças de segurança, que libertaram vários reféns em uma operação que deixou pelo menos doze mortos. Entre as vítimas estão cinco militares malinesas, segundo um balanço atualizado fornecido à AFP por autoridades do exército.

"Houve 12 mortos no total" durante as operações ligadas ao ataque ao hotel Byblos por um comando armado, que manteve várias pessoas como reféns, segundo uma fonte militar. A intervenção das forças especiais permitiu libertar vários reféns, incluindo "cinco estrangeiros, que foram evacuados para Bamako", mais de 620 km ao sul de Sevare, de acordo com uma outra fonte militar. 

Na sexta-feira, por volta das 07H00 (local e GMT), o comando armado invadiu o hotel 'Le Byblos' de Sevare, onde se hospeda parte do pessoal da Minusma, a Missão da ONU no Mali, além de expatriados, segundo o governo. De acordo com uma das fontes militares, pelo menos cinco estrangeiros - três sul-africanos, um francês e um ucraniano - estavam registrados no hotel antes do ataque.

O ucraniano conseguiu escapar ainda na sexta-feira à tarde e relatou que três sul-africanos e um russo expatriados estavam com ele. Também revelou haver "quatro ou cinco terroristas" no hotel no momento da sua fuga. Uma fonte diplomática russa no Mali indicou que um russo, funcionário de uma companhia aérea, também estava no hotel.

Desde o início do ataque, as forças malinesas isolaram a área para tentar neutralizar o comando, o que foi possível na madrugada. A operação foi conduzida pelas forças especiais a partir das 23h00 de sexta-feira, da qual também participaram soldados estrangeiros.

A 12 km de Mopti (capital regional), Sevare é uma cidade estratégica, onde está localizado o mais importante aeroporto da região, utilizado pelo exército do Mali e a operação francês no Sahel Barkhane, bem como pela missão da ONU no Mali (Minusma).

Segundo a Minusma, o comando armado havia atacado primeiramente uma "base militar malinesa" em Sevare e, repelidos pelas forças de segurança, "se esconderam no hotel". A região de Mopti está localizada no norte do país, onde vários estrangeiros foram sequestrados e que caiu em março de 2012 nas mãos de grupos extremistas ligados à Al-Qaeda.

Os jihadistas foram expulsos e se dispersaram em janeiro de 2013. Os doze mortos foram "cinco Fama (membros das Forças Armadas do Mali), cinco terroristas e dois homens brancos", cujas identidades e nacionalidades estavam sendo verificadas, indicou uma fonte militar.

Segundo ela, entre "os dois brancos, há uma cujo corpo permaneceu durante muito em frente ao hotel, visível desde a sexta-feira de manhã". Outra fonte militar contactada na região de Mopti, cobrindo Sevare, confirmou à AFP as 12 mortes, mas não quis fornecer quaisquer detalhes.

Uma porta-voz do ministério da Defesa do Mali alegou simplesmente que, com relação aos militares do Mali, "o número de mortos não mudou desde ontem" (sexta-feira), cinco mortes. A Missão das Nações Unidas no Mali havia anunciado a morte no ataque de "um membro da equipe internacional associada da Minusma".

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