O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou nesta quinta-feira (27) que decidiu chamar para consultas seu embaixador em Caracas pelo comportamento "inaceitável" do governo da Venezuela em relação à crise na fronteira, que levou à deportação de mais de mil colombianos.
"Dei instruções à chanceler para que chame para consultas o nosso embaixador na Venezuela e que convoque uma reunião extraordinária de chanceleres da Unasul. Queremos contar ao mundo (...) o que está ocorrendo porque isto é totalmente inaceitável", disse Santos durante um ato oficial.
O presidente colombiano disse que tomou a decisão após o governo venezuelano ignorar o acordo acertado na quarta-feira (26) pelo qual o defensor do povo da Colômbia, Jorge Otálora, poderia visitar a cidade de San Antonio del Táchira para verificar denúncias de abusos realizadas por cidadãos expulsos da Venezuela.
"Quero reafirmar que a Colômbia privilegia o diálogo e a diplomacia e oxalá a Venezuela tenha a mesma atitude, porque até o momento o que vimos é que não há qualquer vontade de diálogo ou de soluções diplomáticas, apenas soluções de força ou atitudes como as que vêm tendo com nossos compatriotas", destacou Santos.
"Não posso permitir que a Venezuela trate os colombianos e trate o governo colombiano desta forma".
Segundo o último boletim oficial, 1.097 colombianos foram deportados da Venezuela desde a sexta-feira, quando entrou em vigor o estado de exceção decretado pelo presidente Nicolás Maduro em um setor da fronteira.
A medida foi motivada, segundo Caracas, por um ataque de desconhecidos contra militares venezuelanos na semana passada, durante uma operação de combate ao contrabando no estado de Táchira, que Maduro atribuiu a "paramilitares colombianos".