O governo venezuelano classificou nesta segunda-feira (31) de "imoral e hipócrita" o comunicado da União Europeia (UE) que afirma que o fechamento da fronteira com a Colômbia e a expulsão de milhares de colombianos coloca em risco a estabilidade na região fronteiriça.
"A Venezuela rejeita o imoral e hipócrita comunicado (...) que expressa, sem fundamento ou provas, graves advertências contra nosso país associados à decisão soberana de adotar medidas para combater o paramilitarismo colombiano, o narcotráfico e os ataques sistemáticos à economia venezuelana", afirma o texto emitido pela chancelaria.
O governo venezuelano acrescenta que são afirmações de "burocratas europeus que não têm moral para interferir em assuntos bilaterais que não lhes compete", responsáveis que são "pelas colossais tragédias humanitárias no Mar Mediterrâneo".
No domingo (30), a UE afirmou que "o fechamento da fronteira entre a Venezuela e a Colômbia, seguido do deslocamento forçado de colombianos, coloca em risco o conjunto da situação humanitária, a segurança e a estabilidade na região fronteiriça".
A tensão diplomática entre Bogotá e Caracas começou no dia 19 de agosto, com o fechamento de algumas passagens fronteiriças pelo presidente Nicolas Maduro após um ataque de desconhecidos contra militares venezuelanos durante uma operação anti-contrabando no estado de Táchira, o qual o chefe de Estado atribuiu a "paramilitares colombianos".
A crise se aprofundou quando, na quinta-feira passada, ambos países receberam denúncias em suas embaixadas sobre violação aos direitos humanos dos afetados.
A Colômbia afirmou que informará nesta segunda-feira no conselho permanente da OEA os maus-tratos que os colombianos na fronteira com a Venezuela sofreram.