A taxa de desmatamentos no mundo caiu mais de 50% nos últimos 25 anos, diz o estudo Global Forest Resources Assessment 2015 (Avaliação de Recursos Florestais Globais 2015, em tradução livre), da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Segundo o relatório, a taxa anual de perda florestal era de 0,18% no início dos anos 90 e nos últimos cinco anos essa taxa diminuiu para 0,08%.
“Ao longo dos últimos 25 anos as florestas do mundo têm mudado das mais diversas e dinâmicas formas. Países têm um maior conhecimento dos seus recursos florestais e, como resultado, temos um quadro melhor da mudança das florestas globais”, diz um trecho do estudo.
Contudo, ainda são observadas perdas florestais em níveis altos. De acordo com o relatório cerca de 129 milhões de hectares de floresta – uma área quase equivalente em tamanho à África do Sul – se perdeu desde 1990, apesar da desaceleração no desmatamento.
O documento foi apresentado na abertura 14ª edição do Congresso Florestal Mundial, que ocorre em Durban, na África do Sul, nesta segunda (7) a sexta-feira (11). Durante o lançamento do relatório, o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, destacou a importância da preservação das áreas florestais.
“Florestas têm um papel fundamental no combate à pobreza rural, garantindo segurança alimentar e proporcionando meios de subsistência. E prestam serviços ambientais vitais, como ar e água limpos, conservação da biodiversidade e combatendo as mudanças climáticas”, disse.
O diretor-geral da FAO, no entanto, acrescentou que será necessário um trabalho maior na preservação das florestas. “A mudança de direção é positiva, mas precisamos fazer mais. Não teremos sucesso em reduzir o impacto das mudanças climáticas e promover desenvolvimento sustentável se nós não preservarmos nossas florestas e usarmos sustentavelmente os muitos recursos que elas nos oferecem”.
O relatório mostra ainda que África e América do Sul tiveram as maiores perdas anuais de florestas entre 2010 e 2015, com uma taxa de desmatamento de 2,8%, equivalente a dois milhões de hectares. Mas o relatório também apontou que a taxa de perda tem “caído substancialmente” em relação a anos anteriores a esse período.