O líder oposicionista venezuelano Leopoldo López, dirigente do partido Vontade Popular, que está preso havia mais de um ano, foi condenado na noite desta quinta-feira (10) a 13 anos, 9 meses, 7 dias e 12 horas de prisão.
López cumprirá a pena na prisão militar de Ramo Verde, onde está detido desde 18 de fevereiro do ano passado.
A juíza Susana Barreiros declarou López culpado pelos quatro crimes de que era acusado durante as manifestações contra o governo realizadas em 12 de fevereiro do ano passado.
A principal acusação contra ele era a de incitar a população a participar dos atos, que se tornaram violentos e acabaram provocando a morte de 43 pessoas.
Em sua defesa durante o julgamento, o ex-prefeito do município de Chacao disse à juíza Susana Barreiros, que, se fosse libertado, poderia ir ao aniversário de sua filha Manuela, pediria novamente em casamento a sua mulher, Lilian Tintori, e iria percorrer toda a Venezuela.
Durante o dia, enquanto ocorria o julgamento, simpatizantes de López e do governo de Nicolás Maduro entraram em conflito diante do tribunal, em Caracas.
Os partidários de López protestavam em frente ao edifício do Tribunal Supremo de Justiça à espera do veredicto.
Por volta do meio-dia, apoiadores do governo chavista, alguns vestindo camisas vermelhas, aproximaram-se do local e começaram a gritar que López é um "terrorista" e um "assassino".
Alguns deles queimaram a bandeira cor de laranja do partido do ex-prefeito de Chacao e atiraram paus e garrafas contra Lilian Tintori, que entrou na sede do tribunal escoltada por forças policiais.
A polícia, porém, não evitou confrontos entre manifestantes, e pelo menos duas mulheres ficaram feridas.
Mais tarde, em sua conta na rede social Twitter, o Vontade Popular acusou os governistas de provocarem o infarto que matou um ativista do Vontade Popular chamado Horacio Blanco, de 66 anos, pouco depois do início dos confrontos.
O partido culpou pela morte o presidente Maduro e a candidata ao Legislativo Jacqueline Faría, que convocou os chavistas para que comparecessem ao tribunal e pedissem a condenação de López.
O médico que atendeu Blanco, no entanto, afirmou que a causa da morte não estava clara, segundo relato da agência Associated Press.
Durante suas declarações no julgamento, López pediu um minuto de silêncio por Horácio Blanco.
O oposicionista nega as acusações, e seus apoiadores atribuem a maioria das mortes no país em 2014 à ação violenta de governistas.
Os três estudantes que também eram julgados também foram condenados, mas não serão presos.
Cristian Holdack cumprirá prisão domiciliar. Ángel González e Demián Martín não serão detidos porque a pena imposta, de quatro anos, é menor que o limite exigido para cumpri-la em prisão.