O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, propôs que a União Europeia reforce a ajuda às nações vizinhas da Síria para conter o fluxo de imigrantes que têm chegado à Europa. A União Europeia composta por 28 países, está dividida sobre como lidar com o fluxo de entrada de imigrantes. A Alemanha e a Áustria têm ressaltado o direito de asilo para refugiados de guerra. Já a Hungria, em particular, argumenta que a maioria das pessoas que estão chegando são imigrantes econômicos.
A Hungria e outras nações do Leste rejeitam a proposta de espalhar por cotas os imigrantes pela UE. Além disso, o país do primeiro-ministro Viktor Orban planeja começar a reforçar a segurança de fronteira na divisa com a Sérvia na terça-feira. Perguntado em uma entrevista ao diário alemão Bild para onde os futuros imigrantes devem ir, Orban respondeu: "para o local de onde vieram".
Ele argumentou que as pessoas que vão para a Europa a partir de campos no Líbano, Jordânia e Turquia "estavam a salvo lá". O dirigente acrescentou que "não há direito fundamental a uma vida melhor, apenas um direito à segurança e à dignidade humana".
Orban sugeriu que cada país da UE pague 1% adicional para o orçamento da UE ao mesmo tempo em que reduzem outros gastos. De acordo com a estimativa do dirigente, isso geraria 3 bilhões de euros (US$ 3,4 bilhões) para a ajuda, o que poderia ser aumentado "até que o fluxo de refugiados seja amenizado".
Aydan Ozoguz, um alto funcionário do governo alemão responsável por questões de imigrantes, disse que "o ritmo em que as pessoas estão fugindo da região é de tirar o fôlego".
Mas Aydan Ozoguz afirmou que os comentários de Orban foram "extremamente cínicos, de que eles estão seguros lá". "Todo mundo que tem acompanhado o tema sabe que as rações alimentares foram reduzidas pela metade. Não se pode falar de segurança".
O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, disse neste sábado que "a Alemanha se vê em uma situação na qual está chegando a limites", de acordo com a agência de notícias DPA. Gabriel afirmou que é importante ajudar a região em torno da Síria e falar com a Turquia, de onde os migrantes partiram em barcos para a Grécia, sobre como diminuir o fluxo.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, está encorajando que as mulheres refugiadas aprendam a língua local e façam novos contatos. Merkel ressaltou na sua mensagem de vídeo semanal que as mulheres que chegam na Europa "muitas vezes vivenciam coisas terríveis e também ficam traumatizadas".
Ela disse que, além de tentativas de lidar com o tema, "eu só posso aconselhar as mulheres a aprenderem o idioma". De acordo com a dirigente, elas deveriam considerar aprender com seus filhos, que podem falar melhor alemão como resultado de ir à escola. "Elas não devem se assustar com isso", acrescentou.
Merkel disse que ela também aconselha as mulheres a "simplesmente buscarem contatos, para não se isolarem e apenas viverem e trabalharem na comunidade que conhecem, mas tentem sair também".