Militares do Egito bombardearam um grupo de turistas mexicanos quando faziam uma parada para descansar e comer no deserto, deixando dois mortos e seis feridos, declarou nesta segunda-feira Claudia Ruiz Massieu, secretária de Relações Exteriores do México.
As autoridades egípcias não falaram sobre o armamento envolvido no ataque ocorrido no domingo no oeste do deserto, no qual doze pessoas morreram e 10 ficaram feridas no total.
O embaixador do México no Egito, Jorge Álvarez Fuentes, "se reuniu com seis mexicanos internados no hospital, que narraram separadamente ter sofrido um ataque aéreo com bombas lançadas de um avião e de helicópteros", disse a chanceler em uma declaração à imprensa, na qual confirmou a morte de dois mexicanos.
Os turistas, que chegaram no dia 11 de setembro ao Egito, se dirigiam ao oásis de Bahariya no deserto e pararam para comer e descansar quando foram atacados pelo ar, disse a funcionária.
Ruiz Massieu explicou que os mexicanos foram retirados de veículos civis e militares e levados a um hospital em um subúrbio a oeste do Cairo, onde foram atendidos.
"Até este momento temos informação suficiente para confirmar a morte de duas pessoas", cujas identidades ainda não foram confirmadas, enquanto os seis feridos estão estáveis, indicou a chanceler.
Ela acrescentou que o México continua à espera de que as autoridades egípcias permitam conhecer "a situação do resto dos afetados".
O governo do México enviou uma nota diplomática ao governo egípcio através de sua embaixada na capital mexicana, na qual exigiu "sem demora uma explicação objetiva que esclareça os fatos e estabeleça as responsabilidades", assim como dê à investigação a "mais alta prioridade".
A chanceler disse que o governo mexicano expressou sua "profunda consternação por estes acontecimentos deploráveis" e exigiu "uma investigação exaustiva e profunda".
O ministério do Interior do Egito declarou no domingo que forças conjuntas da polícia e do exército, que perseguiam terroristas em Wahat, no deserto ocidental, abriram fogo por erro contra quatro veículos que transportavam turistas mexicanos em uma zona não autorizada a visitantes.
Segundo o ministério, o incidente deixou 12 mexicanos e egípcios mortos e 10 feridos.
O Egito expressou suas condolências e o desejo de uma investigação profunda e rápida do ataque, indicou Ruiz Massieu, que falou por telefone com seu colega egípcio.
O embaixador do Egito também declarou que seu governo resolveu criar um comitê de investigação, cujos resultados serão publicados.
O deserto do oeste do Egito, muito apreciado pelos turistas, é um dos redutos de grupos jihadistas, que cometem frequentemente diversos atentados contra as forças de ordem em todo o país.