O guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, denunciou nesta quarta-feira (16) a infiltração política e cultural dos Estados Unidos durante um discurso diante de comandantes e guardiões da revolução, o exército de elite do regime islâmico.
"A infiltração econômica e em temas de segurança é perigosa, mas a infiltração política e cultural é ainda mais", declarou o líder iraniano, segundo seu site.
"O inimigo significa a opressão mundial e seu símbolo perfeito, os Estados Unidos", afirmou.
Khamenei destacou que os guardiões da revolução têm um papel na defesa do regime islâmico e na luta contra a "tentativa de infiltração do inimigo".
"O objetivo do inimigo é que o povo iraniano abandone seu ideal revolucionário e perca sua potência", acrescentou o líder supremo.
"Querem que o povo e o regime durmam e dentro de dez anos, quando, por exemplo, eu não estiver mais aqui, cumpram seus objetivos, mas o povo e os responsáveis não permitirão isso", acrescentou.
O guia supremo iraniano, de 76 anos, tem a última palavra nos grandes assuntos do país e costuma denunciar os Estados Unidos.
Na semana passada já havia declarado que não havia nenhuma outra negociação com os Estados Unidos além das nucleares.
O Irã e as potências do grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha) fecharam no dia 14 de julho um acordo histórico sobre o programa nuclear iraniano.
Este acordo busca garantir o caráter pacífico do programa nuclear iraniano com restrições por ao menos dez anos em troca do levantamento progressivo das sanções econômicas internacionais.
Irã e Estados Unidos não têm relações diplomáticas desde 1980, mas graças às negociações nucleares iniciaram uma tímida normalização.