O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, afirmou que milhões de imigrantes estão "fazendo um cerco" às fronteiras da Europa, colocando o continente em perigo. Falando nesta segunda-feira (21) no Parlamento húngaro, Orban disse que os imigrantes "não estão apenas batendo na porta, eles estão derrubando-a", defendendo a construção de cercas nas fronteiras de seu país com Sérvia, Croácia e Romênia, como uma maneira de defender a Hungria e a Europa.
Falando antes de uma votação para enviar soldados à fronteira, Orban reclamou de outros dirigentes europeus, dizendo que "a Europa envia convites aos imigrantes". Ele reiterou que sua posição se deve a fatores econômicos, não a questões de segurança.
Já a polícia grega disse que 8.500 pessoas em busca de asilo cruzaram a fronteira norte do país, vindos da Macedônia, nas últimas 24 horas. Mais de 260 mil imigrantes já chegaram à Grécia neste ano, a grande maioria através da Macedônia, buscando uma vida melhor nos países do norte europeu.
O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, disse temer que a reunião de quarta-feira da UE para resolver divergências sobre os imigrantes possa acabar em discórdia. Schulz se reuniu hoje em Paris com o presidente da França, François Hollande, para tentar "evitar as crescentes diferenças" entre as nações europeias.
Schulz disse que os países da UE precisam levantar mais dinheiro para Jordânia, Líbano e Turquia, porque "não há mais dinheiro para ajudar as pessoas" em campos de refugiados nestes países. Doadores internacionais prometeram 7 bilhões de euros (US$ 7,9 bilhões) para ajudar refugiados sírios, mas pagaram apenas 2,5 bilhões de euros (US$ 2,8 bilhões).
A polícia austríaca disse que as pessoas continuavam a chegar aos militares, vindas de sua fronteira com a Hungria. Um porta-voz policial afirmou nesta segunda-feira que quase 24 mil pessoas fugindo de suas casas chegaram no fim de semana. Segundo a fonte, mais 3.200 chegaram nesta segunda-feira pela passagem Nickelsdorf, a principal entre a Áustria e a Hungria.