O Chile anunciou nesta segunda-feira (5) a criação de uma das maiores reservas marinhas do mundo. O anúncio foi feito no início de uma conferência sobre a proteção dos oceanos e dos recursos marinhos no Chile.
Ao abrir a conferência Our Ocean (Nosso Oceano), a presidenta chilena Michelle Bachelet declarou como zona de proteção integral uma área de 631.368 quilômetros quadrados (km²), ao redor da Ilha de Páscoa e ao largo da costa leste do Pacífico. A área é pouco menor que a do Chile (756 mil km²).
A nova reserva marinha, abrange uma área muito rica em biodiversidade e considerada sem vestígios de impacto da atividade humana. O projeto prevê ainda pequenas áreas onde a pesca com técnicas sustentáveis será permitida.
A reserva junta-se a outras, declaradas pelos Estados Unidos, Reino Unido e pela Nova Zelândia, além das ilhas norte-americanas de Pitcairn e Kermadecs no Pacífico, como áreas protegidas da pesca descontrolada.
O plano anunciado por Bachelet foi recebido com aplausos pelos delegados internacionais, enquanto um grupo Rapa Nui – nome polinésio dos habitantes da Ilha de Páscoa, interpretava uma canção tradicional. “Comprometemo-nos com a criação de áreas protegidas em torno das ilhas Rapa Nui”, disse.
Diversos institutos e fundações parabenizaram a decisão, que deve proteger 27 espécies e as populações que pescam nesses locais.
A conferência de 2014, que ocorreu em Washington, garantiu US$ 800 milhões em apoio a diversas iniciativas ambientais e o Chile espera um sucesso semelhante para a reunião de 2015.
No entanto, a iniciativa com maior potencial a longo prazo é um plano apresentado pelos Estados Unidos para regular o comércio da pesca em escala mundial. Um estudo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), divulgado em 2014, mostra que 29% das reservas de peixes estudados estão sendo exploradas além do recomendado.
A regulação e os sistemas de quotas têm critérios diferenciados em diversas regiões do mundo e alguns países, em particular no sudeste da Ásia, vêm sendo acusados de não adotarem nenhum controle sobre a atividade pesqueira.