A chegada em massa de imigrantes buscando refúgio na Europa pode pesar no orçamento da zona do euro, sobretudo da Alemanha. No longo prazo, contudo, essa imigração pode se tornar um ativo para o crescimento, estimou nesta terça-feira o FMI.
"Receber fluxos de refugiados obviamente exerce uma pressão sobre os orçamentos de alguns países, como a Alemanha, por exemplo (...), que tem um bom histórico de aceitar imigrantes", disse Maurice Obstfeld, economista-chefe do FMI em uma coletiva de imprensa em Lima (Peru), onde a instituição realiza sua reunião anual nesta semana.
"Não será fácil integrar os recém-chegados à força de trabalho, isto levará tempo, mas no longo prazo terá um efeito positivo para o crescimento da Europa. Embora seja trágico para a Síria, que perde grande parte de sua população", acrescentou.
Para Obstfeld, trata-se de uma enorme tragédia humanitária, na qual todos os países devem cooperar. "Há muito enfoque no aspecto europeu do problema, mas há países, como a Jordânia, que estão sendo muito pressionados e o FMI está tentando ajudar, reduzindo as metas fiscais", completou.
Segundo a ONU, aproximadamente 700.000 emigrantes que fogem do conflito sírio, em particular, chegaram este ano à Europa pelo Mediterrâneo. Os países europeus apenas deram abrigo a alguns destes refugiados.