Para frear ataques, Israel veta ida de políticos à Esplanada das Mesquitas

A medida pôs Netanyahu em rota de colisão com membros linha-dura de seu gabinete conservador
Da Folhapress
Publicado em 08/10/2015 às 15:30
A medida pôs Netanyahu em rota de colisão com membros linha-dura de seu gabinete conservador Foto: Foto: GALI TIBBON POOL AFP


O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, proibiu nesta quinta-feira (8) membros de seu gabinete e parlamentares judeus de visitar a Esplanada das Mesquitas, na Cidade Velha de Jerusalém, para evitar a escalada da tensão entre palestinos e israelenses verificada nas últimas semanas.

A justificativa para proibir que autoridades israelenses visitem a Esplanada das Mesquitas, lugar sagrado para muçulmanos e judeus, tem precedentes. O local tem sido um dos focos de confrontos entre palestinos e as forças de segurança nas últimas semanas. A visita de membros do governo poderia ser percebida pelos palestinos como uma provocação.

Quando Ariel Sharon foi até o local em setembro de 2000, às vésperas de ser eleito premiê de Israel, os palestinos deram início a uma revolta popular conhecida como Segunda Intifada, que se arrastou por anos e deixou cerca de mil israelenses e 3.200 palestinos mortos.

A medida pôs Netanyahu em rota de colisão com membros linha-dura de seu gabinete conservador. Eles pressionam o premiê para que responda à onda de violência com repressão policial e a expansão dos assentamentos judaicos nos territórios palestinos.

Netanyahu teme que uma ofensiva contra os palestinos deixe um número grande de mortos em ambos os lados e mine o apoio dado a seu governo por seus aliados externos, como os Estados Unidos.

VIOLÊNCIA

A medida foi estabelecida no mesmo dia em que a onda da violência chegou a Tel Aviv (centro comercial e capital israelense reconhecida internacionalmente). Próximo a um quartel na cidade, um agressor árabe feriu com uma chave de fenda quatro israelenses, incluindo uma soldado, antes de ser baleado e morto por outro militar.

Também nesta quinta-feira, foram registrados ataques de palestinos contra israelenses em Jerusalém (sede do governo de Israel) e no assentamento judaico de Kiryat Arbain, na Cisjordânia (território palestino ocupado por Israel desde 1967).

Em Jerusalém, um adolescente palestino esfaqueou um seminarista israelense de 25 anos no pescoço, deixando-o gravemente ferido, segundo a polícia. O jovem foi preso em seguida. Na Cisjordânia, um palestino esfaqueou a barriga de um israelense, que feriu-se gravemente. O agressor está foragido.

Uma série de ataques deixou quatro israelenses mortos na última semana em Jerusalém e na Cisjordânia. No mesmo período, cinco palestinos foram mortos, alguns deles após atacar israelenses, mais de 160 ficaram feridos, a maioria em confrontos com as forças de segurança de Israel.

A crescente tensão entre palestinos e israelenses é vista por alguns analistas como indício de que estaria em curso uma Terceira Intifada na região.

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