O Taleban prometeu a organizações de ajuda humanitária que não vai se opor à presença de suas equipes no Afeganistão enviadas devido ao terremoto que atingiu a região na última segunda (26) e disse ter colocado seus militantes à disposição.
O terremoto de 7,5 de magnitude teve como epicentro uma área montanhosa no norte do Afeganistão, 254 km a nordeste de Cabul, deixando mais de 300 mortos e ao menos 2.000 feridos.
A área afetada conta com forte presença do Taleban, o qual vem reforçando sua insurgência contra o governo central, apoiado pelos EUA.
"O Emirado Islâmico pede aos nossos compatriotas de boa-fé e organizações de caridade que não se detenham em fornecer abrigo, comida e assistência médica às vítimas", disse a facção, em uma nota de condolência às vítimas do desastre, usando seu nome oficial.
"E [o Taleban] pede, da mesma forma, que seus 'mujahedin' [combatentes] nas áreas afetadas forneçam toda a ajuda possível", completa o comunicado.
As autoridades confirmaram 228 mortos no Paquistão e mais de 80 no Afeganistão devido ao tremor. Os números oficiais devem aumentar conforme as estradas e as linhas de comunicação sejam restabelecidas nas áreas remotas afetadas.
Ao menos 4.000 construções foram destruídas ou danificadas, segundo o chefe-executivo afegão, Abdullah Abdullah.
Devido à aproximação do inverno e a queda constante da temperatura nas montanhas do Hindu Kush, onde o terremoto se originou, a falta de abrigo aos afetados demanda mais ajuda para evitar uma crise humanitária.
Em Cabul, a Otan (aliança militar ocidental) afirmou que está auxiliando forças de segurança afegãs em operações de ajuda.
Tremores secundários foram sentidos ao menos até o fim da tarde desta terça (27) na região.
O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, anunciou um pacote de ajuda aos afetados pelo desastre ao visitar o distrito de Shangla, onde ao menos 38 pessoas morreram.