Berlim diz que crise migratória não pode ser resolvida com barreiras

A ministra do Interior austríaca, Johanna Mikl-Leitner, anunciou que seu país construirá uma cerca a longo da fronteira com a Eslovênia para controlar o fluxo de migrantes
Da AFP
Publicado em 28/10/2015 às 11:39
A ministra do Interior austríaca, Johanna Mikl-Leitner, anunciou que seu país construirá uma cerca a longo da fronteira com a Eslovênia para controlar o fluxo de migrantes Foto: Foto: STRINGER / AFP


A crise dos refugiados vivida pela Europa não pode ser resolvida com a construção de barreiras ou muros, afirmou nesta quarta-feira um porta-voz do governo alemão depois que a Áustria anunciou que vai erguer uma barreira na fronteira com a Eslovênia.

"Não acreditamos que o problema atual dos refugiados, a crise dos refugiados que afeta a todos na Europa, possa ser resolvido com a construção de barreiras ou muros", afirmou Steffen Seibert.

A ministra do Interior austríaca, Johanna Mikl-Leitner, anunciou que seu país construirá uma cerca a  longo da fronteira com a Eslovênia para controlar o fluxo de migrantes.

"É para garantir uma entrada ordenada e controla em nosso país, e não sobre fechar a fronteira", declarou ao canal de televisão Oe1. 

"Nas últimas semanas vários grupos de imigrantes se mostraram impacientes, agressivos e emotivos. Temos que tomar precauções", completou.

Mikl-Leitner, do partido conservador OVP, que integra a coalizão de governo ao lado dos social-democratas (SPO), disse que é necessário adotar "medidas importantes e duradouras" ante o risco de tumulto entre os migrantes e refugiados, que a cada dia esperam por várias horas no frio para atravessar a fronteira.

A ministra não revelou detalhes sobre a construção da cerca, que segundo a imprensa terá vários quilômetros.

Johanna Mikl-Leitner foi muito criticada quando mencionou a criação de uma "fortaleza europeia", mas o Partido Social-Democrata do chanceler Werner Faymann parece aprovar a proposta da cerca "para controlar a chegada de migrantes de maneira organizada", nas palavras do ministro da Defesa, Gerald Klug, que pertence ao SPO.

Em meados de outubro, a Hungria fechou a fronteira com a Croácia e construiu uma cerca de arame farpado, o que levou milhares de migrantes que entram na Europa pela Grécia a seguir até a Eslovênia, com o objetivo final de chegar aos países do norte da Europa.

Desde 17 de outubro, quase 90 mil migrantes passaram pela Eslovênia.

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