A Corte Eleitoral do Uruguai (CEU), que preside o Conselho Eleitoral da Unasul, informou nesta sexta (30) que "está em risco o significado" da missão de observadores do bloco para as eleições legislativas venezuelanas, que acontecerão em 6 de dezembro.
Segundo a agência Efe, a CEU informou que, dada a proximidade das eleições, o atraso para a aprovação da missão pôs em risco o seu sentido em relação à sua eficácia e resultados.
Em um documento oficial, a CEU relata que, "se não for possível formar a missão em tempo hábil", ela não deveria se realizar, para que seja preservada a trajetória da Unasul no exercício da democracia na região e para não prejudicar "a seriedade e o prestígio que a instituição ganhou internacionalmente".
O Uruguai detém a presidência rotativa da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e, portanto, o presidente da CEU é também presidente da Corte Eleitoral da organização internacional, composta por 12 países.
Segundo explicou Paulo Klappenbach, um dos membros da CEU, as missões de observação eleitoral da Unasul, sempre compostas por representantes de todos os países-membros, não se limitam ao próprio dia das eleições, mas também participam de "auditorias e de outros processos".
Ele salientou que a possível suspensão da missão vem da responsabilidade do Uruguai como país que detém a presidência rotativa.
Klappenbach disse que, faltando pouco mais de um mês para as eleições, o Conselho de Ministros das Relações Exteriores da Unasul ainda não nomeou um chefe de missão, entre outras coisas que ainda precisam ser feitas.
O ex-ministro das Relações Exteriores da Venezuela Elias Jaua visitou o Uruguai na semana passada e se reuniu com o ex-presidente José Mujica (2010-2015) e com o secretariado da Frente Ampla (FA), o bloco de esquerda que está no poder, para tratar de uma missão de observadores uruguaios nas próximas eleições na Venezuela.