O encontro histórico entre os presidentes da China e de Taiwan é um primeiro passo para a normalização das relações entre os dois países, afirmou o chefe de Estado taiwanês Ma Ying-jeou, acusado pela oposição de vender a ilha a Pequim.
A reunião de sábado de Ma Ying-jeou em Cingapura com o colega chinês Xi Jinping será a primeira entre governantes dos dois países desde o fim da guerra civil em 1949, quando os nacionalistas do Kuomintang (KMT) liderados por Chang Kai-shek (1887-1975) se refugiaram em Taiwan.
O encontro terá como tema a política de aproximação gradual iniciada há sete anos - com a chegada ao poder de Ma -, que resultou na criação de voos diretos, acordos comerciais e em um "boom" turístico.
Uma parte da opinião pública taiwanesa, no entanto, recebeu com frieza a notícia da reunião, pois consideram uma tentativa de melhorar a imagem da China e de favorecer o governante KMT na eleição presidencial de janeiro, que Ma Ying-jeou não poderá disputar.
"Esta reunião busca o bem-estar das gerações futuras, não as eleições", se defendeu o presidente taiwanês durante um discurso à nação.
"É meu dever construir pontes entre os dois lados e com o objetivo de que o próximo presidente possa atravessar o rio", completou.
"Para avançar, pensamos que os dois lados do estreito (de Taiwan que separa os países) devem trabalhar para reduzir os sentimentos de hostilidade, desenvolver as comunicações e intensificar as interações", declarou Ma.
"É um primeiro passo para normalização dos encontros entre os dirigentes", destacou o presidente taiwanês, para quem "os encontros entre os dirigentes dos dois lados do estreito devem ser normalizados gradualmente, já que as interações entre as duas partes já são bastante próximas".
As relações entre China e Taiwan eram caracterizadas pela desconfiança mútua desde a proclamação em 1949 da República Popular da China por Mao Tsé-Tung.
A chegada ao poder em 2008 do presidente Ma representou uma melhora nas relações bilaterais entre os dois países.