Rússia quer que Síria e rebeldes elaborem plano de paz em 18 meses

De acordo com a proposta, os dois lados sírios devem concordar com as etapas em uma futura conferência a ser organizada pela ONU
Da Folhapress
Publicado em 10/11/2015 às 20:17
De acordo com a proposta, os dois lados sírios devem concordar com as etapas em uma futura conferência a ser organizada pela ONU Foto: Foto: SANA/ AFP


A Rússia quer que o governo da Síria e a oposição lancem um acordo para iniciar um processo de reforma constitucional de 18 meses que será seguido de eleições presidenciais, revelou um documento obtido pela agência Reuters nesta terça-feira (10).

A proposta de oito pontos, elaborada pelos russos antes de uma segunda rodada de negociações multilaterais sobre a Síria em Viena, no fim desta semana, não descarta a participação de o ditador sírio, Bashar al-Assad, concorrer nas eleições antecipadas, algo que seus rivais dizem ser impossível se o objetivo for alcançar a paz.

"O presidente popularmente eleito da Síria terá as funções de comandante-chefe das Forças Armadas, controle de serviços especiais e da política externa", afirmou o documento.

De acordo com a proposta, os dois lados sírios devem concordar com as etapas em uma futura conferência a ser organizada pela ONU, e o processo de reforma não seria conduzido por Assad, mas por um candidato aceito por todas as partes.

Rússia e Irã têm sido os principais aliados da Síria durante os quase cinco anos de guerra no país.

Os EUA, seus aliados no golfo Pérsico e a Turquia têm dito que Assad precisa deixar o poder para que haja paz.

Depois de inicialmente rejeitar grupos de oposição sírios que combatem Assad, a Rússia tem intensificado os esforços diplomáticos para resolver o conflito, que já matou cerca de 250 mil pessoas e deslocou milhões.

O documento diz ainda que a oposição síria que participar do processo político precisará formar uma "delegação unida" e previamente aprovada.

"[Eles devem] compartilhar os objetivos de evitar que terroristas cheguem ao poder na Síria e garantir a soberania, a integridade territorial e a independência política da Síria, bem como o caráter secular e democrático do Estado."

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