Cenas de apocalipse em Paris

O perímetro está bloqueado nos arredores do hospital Saint-Louis, no norte da capital
Da AFP
Publicado em 13/11/2015 às 21:01
O perímetro está bloqueado nos arredores do hospital Saint-Louis, no norte da capital Foto: Foto: AFP


Sirenes gritando por toda Paris, ruas bloqueadas pela polícia, parentes de vítimas aos pratos que tentam passar: cenas de apocalipse nesta sexta-feira à noite em Paris, palco de atentados simultâneos que deixaram ao menos 39 mortos. 

O perímetro está bloqueado nos arredores do hospital Saint-Louis, no norte da capital. Um homem em lágrimas conta que sua irmã foi morta. Ao seu lado, sua mãe desaba em prantos e se joga em seus braços. "Eles não querem nos deixar entrar", explica o homem, mostrando o bloqueio, 50 metros distante. 

"Ouvimos barulhos de tiroteios, 30 segundos de disparos, era interminável, pensávamos que eram fogos de artifício", conta Pierre Montfort, que vive perto da rua Bichat, onde ocorreu um dos tiroteios. Outra testemunha descreve a cena: "no momento a gente só viu as balas saindo das armas, tivemos medo, quem garantia que eles não iriam atirar contra as janelas?". 

Florence disse que chegou de "scooter talvez um minuto depois". "Foi surreal, todo mundo estava no chão. Ninguém se mexia no restaurante Petit Cambodge e todas as pessoas estavam no chão no bar Carillon. Estava tudo calmo, as pessoas não entendiam o que estava acontecendo. Uma menina estava sendo levada por um homem nos braços. Ela parecia estar morta", explica a mulher. 

Mesmas cenas de guerra na rua Charonne, um pouco mais a leste. Caminhões de bombeiros correm com as sirenes ligadas. 

 

"É mais grave que Charlie Hebdo"

Um homem disse ter ouvido tiros durante "dois, três minutos", "tiros seguidos". "Eu vi diversos corpos no chão ensanguentados. Não sei se estavam mortos", solta. 

"Havia sangue por todos os lugares", confirma uma outra testemunha, falando de tiros muito fortes em diversos momentos. 

Ainda no leste parisiense, mesmas sirenes e luzes da polícia e dos bombeiros, outro distrito fechado, o da casa de shows Bataclan, perto da redação do Charlie Hebdo, alvo de outro atentado assassino em janeiro. Uma tomada de reféns estava ocorrendo. 

As pessoas estão perdidas nos telefones. "Minha esposa estava no Bataclan, é uma catástrofe", disse um homem que correu para o local, mas não consegui furar o cordão de isolamento. "Houve um tiroteio no interior do Bataclan. Tudo o que posso dizer é que é mais grave do que Charlie Hebdo", disse um membro das forças policiais. 

O Stade de France, enfim, na periferia norte de Paris. Explosões foram ouvidas ao redor, granadas segundo alguns torcedores. A polícia entra, o público consegue ouvir os barulhos de duas explosões mas a partida amistosa entre França e Alemanha continua. Todo mundo fica inicialmente confiado no interior do estádio, sobrevoado por um helicóptero. 

"Ouvimos as explosões 25 minutos após o início da partida. Ele continuou normalmente. Pensava que era uma brincadeira", explica Ludovic Klein, 37 anos, vindo de Limoges com o filho de dez anos. "A evacuação ocorreu calmamente, com apenas um pequeno movimento de multidão". 

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