Hollande traça as linhas gerais para responder ao terror do Estado Islâmico

Hollande pediu que os parlamentares prorroguem o estado de emergência decretado na França por três meses
Da AFP
Publicado em 16/11/2015 às 19:45
Hollande pediu que os parlamentares prorroguem o estado de emergência decretado na França por três meses Foto: FOTO: PATRICK KOVARIK/AFP


O presidente François Hollande revelou nesta segunda-feira (16) a resposta que a França dará ao Estado Islâmico após os atentados de Paris em um histórico discurso ao parlamento francês.

Hollande pediu que os parlamentares  prorroguem o estado de emergência decretado na França por três meses, durante um discurso solene diante dos legisladores reunidos em Versailles, três dias após os atentados que sangraram Paris.

"O Parlamento será acionado na quarta-feira sobre um projeto de lei prorrogando o estado de emergência por três meses", declarou Hollande, que também anunciou que a Constituição será revisada para permitir aos poderes públicos "agir contra o terrorismo de guerra".

Além disso, o chefe de Estado anunciou que irá encontrar nos próximos dias seus colegas americano e russo, Barack Obama e Vladimir Putin, para formar "uma grande e única coalizão" contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que reivindicou os atentados que fizeram ao menos 129 mortos na sexta-feira à noite na capital francesa.

Ainda sobre a luta contra o EI, Hollande anunciou que a França irá "intensificar suas operações na Síria", após os ataques realizados domingo à noite contra Raqa, reduto do EI.

Ele ressaltou que o presidente sírio, Bashar al-Assad, "não pode ser uma solução para o conflito, mas o nosso inimigo na Síria é o Daech".

"O porta-aviões Charles de Gaulle será enviado na quinta-feira ao leste do Mediterrâneo, o que triplicará nossas capacidades de ação. Não haverá hesitação e nenhuma trégua", acrescentou diante do Parlamento.

Além do encontro com Putin e Obama, Hollande também anunciou que irá pedir ao Conselho de Segurança da ONU uma resolução destacando "a vontade comum de lutar contra o terrorismo."

Os atentados de Paris, que fizeram ao menos 129 mortos e mais de 350 feridos, "foram decididos, planejados na Síria, preparados e organizados na Bélgica e perpetrados em nosso território com a cumplicidade de franceses", detalhou o presidente, enquanto cinco dos sete terroristas já foram identificados.

Face ao trauma desses novos atentados, dez meses após o choque dos atentados contra a revista satírica Charlie Hebdo e a um mercado kosher, o chefe de Estado pediu aos franceses "perseverança, união, lucidez, dignidade" após esses "atos de guerra" que fizeram vítimas de 19 nacionalidades.

Sobre ações concretas na França, ele anunciou a criação de cerca de 8.500 postos para reforçar as forças de ordem e a administração da justiça.

"Nós erradicaremos o terrorismo porque nós estamos comprometidos com a liberdade, com a influência da França no mundo", concluiu o presidente Hollande, muito aplaudido pelos parlamentares, que logo depois entoaram o hino nacional, La Marseillaise.

Os atentados de Paris são os mais graves já realizado em solo francês.

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