A Rússia nunca esquecerá a derrubada do avião militar na fronteira síria em 24 de novembro e os turcos "vão lamentar o que fizeram", advertiu o presidente russo Vladimir Putin.
"Não esqueceremos jamais os que atiraram pelas costas contra nossos pilotos", declarou o presidente durante seu discurso anual sobre o estado da nação.
"Não entendo por que fizeram isto. Apenas Alá sabe (...) Vão lamentar o que fizeram".
"Parece que Alá decidiu castigar o bando no poder na Turquia, privando-o de razão e bom senso", insistiu.
"Não é preciso esperar de nossa parte uma reação nervosa, histérica, perigosa para nós e para o mundo inteiro. Não vamos blandir as armas", prometeu.
"Mas se alguém acha que vai se livrar de um crime de guerra tão vil (...) com tomates ou sanções no setor das obras públicas, se equivocam gravemente. Não é a última vez que recordaremos o que fizeram, nem a última, pois vão lamentar o que fizeram", ameaçou.
A Rússia impôs uma série de sanções econômicas contra a Turquia, em particular os setores da agricultura, obras públicas, energia e turismo, como moeda de represália pelo ataque ao avião.
Desde o incidente, o tom não parou de subir entre os países e o exército russo acuso na véspera o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e sua família de estarem envolvidos no tráfico de petróleo do grupo Estado Islâmico.
"É precisamente com esse dinheiro que os bandidos recrutam mercenários, compram armas e organizam atos terroristas desumanos contra nossos cidadãos, os cidadãos da França, Líbano, Mali e outros países".
"Sabemos quem enche os bolsos na Turquia e permite aos terroristas ganhar dinheiro vendendo petróleo roubado na Síria", declarou novamente Putin, acusando Ancara de ter apoiado os rebeldes no Cáucaso do Norte nos anos 1990 e 2000 quando Moscou combatia os separatistas chechenos.