O mundo caminha para uma "catástrofe climática", afirmou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao abrir nesta segunda-feira a semana de discussões ministeriais da Conferência de Paris sobre o clima (COP21).
"O mundo espera algo mais que meias medidas", declarou Ban na sessão plenária aos representantes de 195 países que negociam um acordo, que deve entrar em vigor em 2020, para conter o aquecimento global ao máximo de 2 graus na comparação com a era pré-industrial.
O tempo é cada vez mais curto, pois os ministros pretendem concluir esta semana dezenas de pontos que ficaram entre parênteses no rascunho elaborado na semana passada pelas delegações nacionais.
Ban recordou que os consensos alcançados podem ser insuficientes para impedir a multiplicação dos desastres naturais, como secas, inundações e a elevação do nível dos oceanos.
Os países insulares e os menos avançados desejam que as medidas adotadas permitam conter o aumento da temperatura em 1,5º.
Ban destacou a necessidade de instaurar a partir de 2020 uma revisão quinquenal dos compromissos alcançados, para que possam ser "reforçados em função dos dados científicos disponíveis".
"Se salvamos Tuvalu, salvamos o mundo", declarou pouco depois Enele Sosene Sopoaga, o primeiro-ministro deste arquipélago que tem a existência ameaçada com o aumento do nível do Pacífico.
O ministro francês das Relações Exteriores e presidente da COP21, Laurent Fabius, ressaltou que, depois das discussões das delegações, os ministros têm o dever de apresentar "decisões políticas" às questões pendentes. A conferência de Paris tenta evitar a repetição do fracasso da conferência sobre o clima de Copenhague em 2009.