Chefe de centro de refugiados renuncia por acolhida caótica de migrantes em Berlim

Prefeito social-democrata da capital alemã exigiu uma nova direção para o Lageso
Da AFP
Publicado em 10/12/2015 às 10:04
Prefeito social-democrata da capital alemã exigiu uma nova direção para o Lageso Foto: Foto: TOBIAS SCHWARZ / AFP


O chefe do principal centro de registro de refugiados de Berlim (Lageso), muito criticado pela acolhida dos migrantes, foi obrigado a renunciar na noite de quarta-feira. O prefeito social-democrata da capital alemã, Michael Muller, exigiu na quarta-feira (10) "uma nova direção para o Lageso, que assuma realmente suas responsabilidades", em uma entrevista à rádio local RBB.

As autoridades municipais anunciaram durante a noite a renúncia do chefe do Escritório para a Saúde e a Assistência Social, Franz Allert. O responsável da oposição conservadora em Berlim, Stefan Evers, classificou esta renúncia de "execução pública".

"Centenas de refugiados fazem fila todos os dias em meio a um caos absoluto. No edifício, os funcionários estão sobrecarregados, apesar das horas extras, dos reforços e das tentativas de reorganização da acolhida em outro imóvel".

Todos os dias, 500 migrantes estão convocados para as 9h00, embora todos saibam que só podem ser tratados 200 processos, criticou recentemente uma funcionária citada pela RBB.  "Mas nos dizem que são as ordens e que devemos cumpri-las".

Em frente ao Lageso, um pedófilo sequestrou em outubro um menino bósnio de quatro anos se aproveitando, aparentemente, do caos reinante. O homem o estuprou e o matou. Quarenta advogados apresentaram nesta semana uma demanda contra o dirigente do Lageso e o responsável da política social municipal por "ferimentos corporais" no exercício de sua profissão.

Os solicitantes de asilo devem passar por esta administração para se registrar e receber ajudas sociais, como uma casa. A Alemanha, principal destino dos migrantes que chegam à Europa fugindo sobretudo da guerra na Síria, acolherá em 2015 um milhão de solicitantes de asilo. Durante o ano 70.000 chegaram a Berlim.

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