O presidente americano, Barack Obama, fez nesta terça-feira (15) uma defesa vigrante da imigração, a "mais antiga tradição" dos Estados Unidos, em um momento em que o tema ocupa um lugar central na campanha das primárias com vistas às presidenciais de 2016, após as polêmicas declarações de Donald Trump.
"Nunca diremos suficientes vezes ou suficientemente alto: os imigrantes e os refugiados revitalizam e renovam os Estados Unidos", destacou Obama, durante cerimônia na qual entregou a nacionalidade americana a 31 pessoas de 25 países, entre os quais Brasil, Honduras, Iraque, Bulgária, Etiópia, Canadá, Nepal, Alemanha e Camarões.
"Quase todos os países do mundo aceitam migrantes, mas há uma coisa especificamente americana: não receberemos simplesmente novos imigrantes, nós nascemos de imigrantes, é isto que somos", afirmou o presidente durante esta cerimônia de entrega da nacionalidade americana.
O ato coincide com o 224º aniversário de ratificação da declaração dos direitos, que constitui as dez primeiras emendas à Constituição americana.
"Devemos nos comprometer a denunciar sempre o ódio e a intolerância em qualquer de suas formas", disse Obama, em um discurso pronunciado poucas horas antes do quinto debate transmitido pela televisão entre os pré-candidatos republicanos à Presidência em Las Vegas, durante o qual se estima que o tema da migração ocupe boa parte do tempo.
A proposta do aspirante republicano Donald Trump, que lidera as pesquisas, de fechar o acesso aos Estados Unidos a migrantes muçulmanos, recebeu um forte repúdio da Casa Branca, que considerou que depois desta proposta, o milionário do setor imobiliário ficou desqualificado para se apresentar às eleições presidenciais.
Obama é alvo de críticas de líderes republicanos por se declarar favorável a que os Estados Unidos acolham 10.000 refugiados sírios nos próximos meses.
Os republicanos destacaram a possibilidade de que entre o grupo de refugiados que fogem da guerra civil na Síria estejam jihadistas que possam lançar atentados em solo americano.