As temperaturas do mundo entre janeiro e novembro bateram recordes de calor, o que permite antecipar que o ano de 2015 será o mais quente da História moderna, anunciaram nesta quinta-feira (17) especialistas da administração americana oceânica e atmosférica (NOAA).
O mês passado foi o mais quente desde que se começou a fazer este registro em 1880 e é o sétimo mês consecutivo com registro de um recorde de temperaturas, destacou a NOAA em seu relatório mensal sobre o clima.
A temperatura de novembro nas superfícies marinha e terrestre esteve 0,97 grau Celsius acima da média do século XX.
"Este foi o novembro mais quente do período 1880-2015", acrescentou o informe.
Nove meses deste ano bateram recordes de calor, inclusive os últimos sete em sequência.
Os "primeiros onze meses de 2015 foram os mais quentes para este período, já registrados nas superfícies terrestres e oceânicas", destacou o informe.
Isto significa que este ano está destinado a superar o anterior como o mais quente da era contemporânea.
"A maior parte do globo está coberto por um aquecimento recorde", afirmou Jake Crouch, climatologista dos centros de informação ambiental da NOAA.
"Neste ponto, estamos praticamente certos de que 2015 será o ano mais quente de que se tem notícia", disse a jornalistas.
A única saída para 2015 não bater novos recordes de calor seria se dezembro registrasse temperaturas excepcionalmente baixas - 0,24 grau Celsius menor do que o dezembro mais frio já registrado, o que ocorreu em 1916.
Mas "isso não vai acontecer", antecipou Crouch.
Tendência de aquecimento
Cientistas afirmam que a tendência é provavelmente o resultado das mudanças climáticas provocadas pelo homem com a queima de combustíveis fósseis que emitem gases na atmosfera, impedindo que o calor se dissipe.
Crouch ainda afirmou que o fenômeno climático El Niño, que foi particularmente forte este ano, também pode influenciar o aumento incomum dos termômetros.
"É esperado que a tendência do aumento de temperatura continue em curto e médio prazos", disse.
"O El Niño se caracteriza por temperaturas na superfície do mar muito aquecidas em uma área muito grande no Pacífico Equatorial, que tendem a impulsionar as temperaturas globais, de modo que os anos em que o fenômeno ocorre tendem a ser mais quentes do que os anos em que não ocorre", acrescentou.
O relatório da NOAA destacou que o recorde de aquecimento foi notável nas regiões equatorial e nordeste da América do Sul e em partes do sudeste asiático.
O Japão foi mais úmido do que o usual no mês passado e a Europa experimentou seu novembro mais quente desde 1910.
Enquanto isso, o gelo marinho do Ártico esteve 8% abaixo do normal, resultando na sexta menor cobertura de gelo desde o início de registros por satélites, em 1979.
Temperaturas mais frias do que o habitual foram observadas em novembro na parte ocidental dos Estados Unidos, no sul da Groenlândia e da América do Sul e norte da Ásia.
Contudo, nenhuma região do mundo experimentou um recorde de frio no mesmo mês.