Exército da Nigéria mata 300 membros de seita xiita, denuncia organização

Soldados queimaram os corpos em valas comuns, sem a autorização das famílias
Da ABr
Publicado em 23/12/2015 às 7:02
Soldados queimaram os corpos em valas comuns, sem a autorização das famílias Foto: Foto: Divulgação Agência Nacional de Gestão de Emergências da Nigéria


A organização Human Rights Watch (HRW) denunciou nesta quarta-feira (23) o massacre de cerca de 300 integrantes do Movimento Islâmico da Nigéria, com atividade no Norte do país, mas sem ligação com o grupo radical Boko Haram.

Soldados nigerianos mataram os fiéis xiitas em ataques registrados em três pontos da cidade de Zaria, entre 12 e 14 de dezembro, relataram testemunhas e autoridades locais à organização, segundo  comunicado.

Pelo menos 300 xiitas morreram e houve um número indeterminado de feridos. Os soldados queimaram os corpos em valas comuns, sem a autorização das famílias, informa a agência Efe.

O Movimento Islâmico da Nigéria é uma seita xiita com ligações estreitas com o Irã e é estabelecido em Zaira, no estado de Kaduna. O grupo iniciou as atividades no país africano em 1980 e conta com cerca de 3 milhões de fiéis. "Não há ligações com o Boko Haram, um grupo radical que opera também no Norte da Nigéria e cujos membros têm atacado xiitas e outros", afirma a HRW.

A Nigéria vive sob ameaça do grupo jihadista Boko Haram, que luta para impor um Estado Islâmico no Norte do país, o que desencadeou violenta repressão por parte do Exército, que cometeu violações contra os direitos humanos, lembra a agência Efe.

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