Os líderes da União Europeia (UE) iniciaram nesta segunda-feira (7) em Bruxelas uma reunião para pressionar a Turquia a fazer mais esforços para conter o fluxo contínuo de pessoas que têm se deslocado para o norte da Europa e reforçar o apoio à Grécia, onde milhares de refugiados estão presos.
Após a reunião, é esperado que os líderes declarem o fechamento da principal via imigratória dos Bálcãs, após a Macedônia - apoiada pela Áustria, Croácia, Eslovênia e Hungria - limitar as passagens pela fronteira "gota a gota". "Os fluxos irregulares de imigrantes ao longo da rota dos Balcãs Ocidentais estão chegando ao fim, pois estas rotas serão fechadas", segundo um projeto dos líderes da UE que pode ser adotado no final da reunião desta segunda-feira.
Antes da cúpula em Bruxelas, cerca de 14 mil pessoas estavam acampadas na Grécia na fronteira com a Macedônia esperando desesperadamente para serem autorizadas a entrar no país para seguirem seu caminho rumo ao norte da Europa. Mais de um milhão de pessoas, a maioria refugiados da Síria, Iraque e Afeganistão, chegaram na Europa desde o verão passado, através da Turquia, Grécia e os países dos Bálcãs.
A Grécia está numa posição particularmente difícil, uma vez que milhares de pessoas provenientes da Turquia se acumulam no país, incapazes de continuar suas viagens para o Norte da Europa por causa das restrições nas fronteiras nos Bálcãs. Pela manhã, a reunião dos líderes será focada com o primeiro-ministro turco, Ahme Davutoglu.
"Este é o nosso problema comum, é um problema europeu e temos de encontrar soluções coletivas", disse o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, no seu caminho para a reunião. Tsipras acrescentou que era essencial a Turquia diminuir substancialmente os fluxos de entrada de imigrantes e desmantelar as redes dos contrabandistas.
Os líderes também esperam garantir uma firme promessa de Davutoglu de que a Turquia irá ter de volta todos os não-refugiados que chegam na Grécia. Em troca, eles vão se comprometer a tomar mais refugiados diretamente da Turquia, desde o número de travessias ilegais fique perto de zero, disse primeiro-ministro holandês, Mark Rutte. A Turquia hospeda atualmente 2,6 milhões de refugiados que fugiram da guerra na Síria.
Para a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, serão "negociações difíceis". Merkel disse que seu objetivo é reduzir o número de imigrantes que entram ilegalmente "não apenas por alguns países, mas para todos os países", incluindo a Grécia.
A chanceler reiterou que é preciso haver uma "solução sustentável" que envolva proteger as fronteiras externas da UE, e "que isso só pode ser feito em cooperação com a Turquia". No entanto, o primeiro-ministro disse hoje que o foco da reunião será uma futura adesão da Turquia à UE, assim como sobre a emergência com os refugiados. "A Turquia está pronta para trabalhar com a UE e ser um membro a UE", disse Davutoglu.