O líder norte-coreano, Kim Jong-un, anunciou que seu país fará "em pouco tempo" testes nucleares e de "vários" mísseis balísticos - informou a agência oficial de notícias KCNA nesta terça-feira (15).
O objetivo dos testes é "aumentar a capacidade de ataque nuclear" de Pyongyang, alegou Kim.
A Coreia do Norte afirmou ainda que realizou com sucesso uma simulação em laboratório do regresso à atmosfera de um míssil, tecnologia necessária para um ataque contra o continente americano, segundo a KCNA.
Kim Jong-un supervisionou pessoalmente um teste de calor intenso e das vibrações que o míssil sofreria em sua entrada na atmosfera, após a fase de voo balístico, afirmou a agência oficial.
O teste proporcionou uma "garantia segura da confiabilidade do míssil balístico intercontinental (ICBM)", acrescentou a KCNA.
O dirigente afirmou ainda que seu país realizará "dentro de pouco tempo" um teste nuclear e com "vários tipos" de mísseis balísticos visando reforçar a dissuasão nuclear do pais.
A presidente sul-coreana, Park Geun-hye, reagiu afirmando que a Coreia do Norte se expõe à "autodestruição" se não limitar suas ambições nucleares.
"A Coreia do Norte caminhará para a autodestruição se não mudar", disse Park Geun-hye em uma reunião do gabinete.
O anúncio ocorre em meio ao agravamento da tensão na península coreana, devido ao início de manobras anuais conjuntas entre Coreia do Sul e Estados Unidos.
Desde o início destes exercícios conjuntos, Pyongyang tem formulado várias advertências e ameaçado realizar ataques nucleares preventivos.
Na semana passada, Kim garantiu que os cientistas norte-coreanos conseguiram reduzir artefatos nucleares para que possam ser colocados em ogivas de mísseis balísticos.
A questão da redução do tamanho dos artefatos é crucial, já que, embora se reconheça que a Coreia do Norte dispõe de um pequeno arsenal de armas nucleares, as dúvidas giram sobre a real capacidade da nação comunista de detonar seus explosivos em alvos situados a grande distância.
O outro aspecto em discussão é exatamente a capacidade norte-coreana de controlar o reingresso na atmosfera de um míssil balístico de longo alcance, para que não exploda com o atrito ou que caia em um local muito distante do alvo.
Sobre este ponto os especialistas ocidentais são bastante céticos acerca do grau de domínio norte-coreano da tecnologia de reingresso.
A tensão na península da Coreia aumentou após o quarto teste nuclear norte-coreano, em janeiro, e o lançamento de um míssil intercontinental, em fevereiro, ambas violatórias das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que aumentou as sanções contra o regime comunista de Pyongyang.