Dois novos casos de ebola são confirmados na Guiné-Conacri

A OMS alertou para o risco de um ressurgimento da doença
Da ABr
Publicado em 18/03/2016 às 11:41
A OMS alertou para o risco de um ressurgimento da doença Foto: Foto: ZOOM DOSSO / AFP


A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta sexta-feira (18) a confirmação de dois novos casos de ebola em uma área rural da Guiné-Conacri e alertou para o risco de um ressurgimento da doença.

"A OMS enviou uma equipe de especialistas para a prefeitura de Nzérékoré, após dois novos casos de ebola terem sido detectados e confirmados numa aldeia rural", informou a instituição, em comunicado divulgado nesta sexta-feira.

As autoridades de saúde da região alertaram a OMS e outros parceiros, na quarta-feira (16), para três mortes inexplicadas nas últimas semanas e informaram que outros integrantes da mesma família apresentam sintomas característicos da doença.

No dia seguinte, segundo o comunicado, o Ministério da Saúde da Guiné-Conacri, a OMS, os centros de controle de doenças dos Estados Unidos e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) enviaram pesquisadores à região, que recolheram amostras de quatro pessoas.

Os resultados das análises laboratoriais confirmaram a presença do vírus ebola em uma mulher, em seu filho de 5 anos, e em parentes das pessoas mortas. A mãe e o filho foram levados para centros de tratamento, diz ainda a nota da OMS.

Em coordenação com o Ministério da Saúde da Guiné-Conacri, a organização enviou hoje para o país uma equipe inicial de epidemiologistas, especialistas em vigilância sanitária, profissionais para vacinação, mobilizadores sociais, peritos em identificar pessoas que possam ter tido contato com doentes e um antropólogo.

Mais especialistas deverão chegar à região nos próximos dias para investigar a origem das novas infecções, identificar, isolar, vacinar e monitorar todos os contatos das pessoas que morreram e dos pacientes cuja infecção foi agora confirmada.

O Centro Nacional de Resposta a Emergências da Guiné-Conacri faz hoje reunião para coordenar uma resposta rápida ao novo surto, o primeiro ressurgimento no país desde que a epidemia inicial foi considerada extinta, em 29 de dezembro de 2015.

O caso ocorre depois de, nessa quinta-feira (17), a OMS anunciar o fim do ressurgimento de ebola em Serra Leoa. A organização alerta que os três países mais afetados pela epidemia - Serra Leoa, a Libéria e a Guiné-Conacri - ainda estão em risco de novos ressurgimentos, sobretudo devido à persistência do vírus em alguns sobreviventes.

"É preciso manter uma vigilância forte e uma capacidade de resposta de emergência, assim como rigorosas práticas de higiene em casa e nos serviços de saúde, além de participação comunitária ativa", diz o comunicado da OMS.

Serra Leoa foi inicialmente considerada livre da transmissão de ebola no dia 7 de novembro, a Guiné-Conacri em 29 de dezembro e a Libéria em 14 de janeiro.

A epidemia de ebola na África Ocidental, a pior já registrada, afetou 28.637 pessoas e matou 11.315 delas.

Iniciada em dezembro de 2013 na Guiné-Conacri, a epidemia propagou-se depois aos vizinhos Libéria e Serra Leoa, os três países que concentraram 99% dos casos, bem como à Nigéria e ao Mali.

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