Homenagem às vítimas da tragédia da Germanwings um ano após acidente

Velas acesas, bandeiras a meio mastro, flores, versos de recordação e música de violoncelo marcaram a sóbria, mas emocionante cerimônia de Barcelona
Da AFP
Publicado em 23/03/2016 às 9:05
Velas acesas, bandeiras a meio mastro, flores, versos de recordação e música de violoncelo marcaram a sóbria, mas emocionante cerimônia de Barcelona Foto: Foto: LLUIS GENE/ AFP


Na vigília do aniversário da tragédia do voo da Germanwings, familiares das 149 vítimas realizaram nesta quarta-feira homenagens em Barcelona e Dusseldorf, cidades de partida e chegada do avião que foi derrubado intencionalmente pelo copiloto nos Alpes franceses.

No aeroporto da cidade espanhola, dezenas de familiares, muitos vestidos de preto, se reuniram junto às equipes de emergência e às autoridades do país, entre elas o chefe de governo, Mariano Rajoy, e o presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, para lembrar os mortos.

Tanto em Barcelona quanto em Dusseldorf foram descerradas placas comemorativas, antes que as famílias se dirigissem ao local do acidente nos Alpes franceses, onde na quinta-feira será realizada outra homenagem.

"Queremos que esta placa que descerramos hoje sirva para que a memória de nossos familiares fique sempre na memória de todos e que a sociedade não se esqueça nem deles, nem do ocorrido", disse a presidente da associação de familiares das 50 vítimas espanholas, Silvia Chaves.

Em Düsseldorf, os familiares e parentes das 72 vítimas alemãs realizaram sua cerimônia em um ato privado na chamada "sala do silêncio", que homenageia 17 mortos durante um incêndio no aeroporto em 1996.

Todos eles, cerca de 600 pessoas, dirigiram-se a Marselha (sudeste da França), em voos fretados pela companhia aérea alemã Lufthansa, proprietária da Germanwings.

No parque de exposições da cidade foi realizada na parte da tarde uma cerimônia religiosa na qual participaram familiares e amigos das vítimas.

Na quinta-feira, o grupo partirá a Vernet, uma pequena localidade montanhosa muito próxima ao local da tragédia para uma homenagem privada, organizada pela Germanwings.

Na ocasião, serão lidos os nomes das 149 vítimas, e será visitado o cemitério do povo, onde foram enterrados os restos que não puderam ser identificados, e um grupo de 80 pessoas escalará até o local da catástrofe, a 1.500 metros de altitude.

 

Questão da segurança

Em Barcelona, a cerimônia foi emotiva, mas sóbria: com as bandeiras ondeando a meio mastro, foram colocadas 149 velas, que apagaram pela ação do vento. Acompanhados pela triste melodia de um violoncelo, famílias, parentes e autoridades depositaram dezenas de rosas vermelhas e brancas junto à placa comemorativa.

Durante o ato, os familiares agradeceram o trabalho das equipes de emergência e também a generosidade dos vizinhos dos Alpes e das autoridades francesas, representadas por seu embaixador na Espanha, Yves Saint-Geours.

Em uma semana difícil para a Europa, também foram enviados sinais de consolo para as vítimas dos atentados de Bruxelas de terça-feira e do acidente de ônibus de universitários na Espanha no domingo.

As famílias também exigiam a melhoria das medidas de segurança aérea, colocadas em xeque após este acidente. "Queremos evitar que voltem a se repetir acidentes deste tipo, queremos evitar que outras famílias tenham que passar pela terrível situação vivida", disse Chaves.

"A segurança no transporte em que continuar sendo uma de nossas grandes prioridades. Demos passos importantes, mas temos que seguir perseverando", reconheceu Rajoy.

O avião da companhia de baixo custo Germanwings, propriedade da Lufthansa, foi derrubado intencionalmente por seu co-piloto, o alemão Andreas Lubitz, nos Alpes franceses, perto da localidade de Vernet, acabando com a vida das 150 pessoas a bordo (144 passageiros e seis tripulantes, incluindo ele mesmo).

Lubitz aproveitou a ausência temporária do piloto da cabine para se trancar nela e iniciar uma descida fatal da aeronave.

Os investigadores franceses descobriram que sofria de problemas psicológicos desde 2008, quando começou sua formação, mas seguiu pilotando. Em seu relatório final publicado há dez dias pediram o aumento dos controles médicos dos pilotos.

Até o momento, não há nenhum processo aberto contra a companhia, que em julho ofereceu 25.000 euros de indenização por cada vítima, complementares aos 50.000 entregues inicialmente.

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