Grécia 'intensificará evacuação de Idomeni a partir de terça ou quarta-feira'

A operação será "gradual", como ocorreu no porto do Pireu, de onde 4.000 migrantes foram transferidos desde o fim de abril a centros organizados
JC Online
Publicado em 23/05/2016 às 10:45
A operação será "gradual", como ocorreu no porto do Pireu, de onde 4.000 migrantes foram transferidos desde o fim de abril a centros organizados Foto: Foto: SAKIS MITROLIDIS / AFP


A Grécia vai "intensificar a partir de terça ou quarta-feira" a evacuação do campo de Idomeni, onde milhares de migrantes se amontoam desde o fechamento da rota dos Bálcãs, mas não tem a intenção de esvaziá-lo à força, disse nesta segunda-feira (23) à AFP uma fonte governamental.

"Nos últimos 15 dias transferimos mais de 2.000 pessoas do campo", onde nesta segunda-feira 8.400 migrantes contabilizados oficialmente ainda estavam presentes. "Agora vamos realizar uma operação mais maciça de transferência, já que agora temos 6.000 vagas disponíveis nos centros de acolhida da região", disse a fonte.

"Haverá uma presença policial e seremos convincentes, mas não está previsto o uso da força em grande escala para forçar todas estas pessoas a saírem", acrescentou.

Segundo outra fonte governamental, os alto-falantes instalados no campo divulgavam nesta segunda-feira mensagens para informar aos migrantes que eles deveriam se preparar para sair.

A operação será "gradual", como ocorreu no porto do Pireu, de onde 4.000 migrantes foram transferidos desde o fim de abril a centros organizados, disse a primeira fonte.

Nesta segunda-feira ainda era possível observar 1.500 pessoas acampando em condições improvisadas na zona portuária.

Uma fonte policial confirmou à AFP que uma operação estava sendo preparada, mas não disse se ela seria realizada na terça-feira.

O envio de reforços policiais busca "prevenir as reações de uma minoria de migrantes que podem reagir de forma negativa", disse outra fonte policial. "A maioria não levantará nenhuma dificuldade para deixar o local (...) foram tomadas medidas adicionais para evitar as surpresas ruins", acrescentou.

Milhares de migrantes e refugiados, incluindo muitas crianças, vivem há semanas em péssimas condições neste campo após o fechamento no início de março da rota dos Bálcãs, utilizada desde 2015 por centenas de milhares de pessoas que fogem dos conflitos e da miséria para chegar aos países do norte da Europa.

Nas últimas semanas muitos refugiados tentaram forçar a passagem por esta fronteira e precisaram encarar o exército e a polícia da Macedônia.

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