Os homossexuais, principais vítimas do massacre em Orlando, são um dos alvos habituais do grupo Estado Islâmico (EI), que já matou dezenas deles nos territórios sob seu controle na Síria e no Iraque.
Leia Também
- Após atentado em Orlando, Hillary pede volta da proibição para rifles de assalto
- Torre Eiffel terá cores do arco-íris em homenagem às vítimas de Orlando
- FBI investiga autor do massacre em Orlando, suposto membro do Estado Islâmico
- Obama diz que não há evidências de que ataque de Orlando foi 'direcionado do exterior'
- Solidariedade mundial para com os homossexuais após chacina em Orlando
- Autoridades buscam por detalhes para esclarecer tiroteio em Orlando
- Luto e resistência na cidade de Orlando após atentado
- Orlando, o ataque mais mortal registrado contra homossexuais
- ONU e chefes de Estado condenam ataque terrorista a boate gay em Orlando
- Pai do atirador de Orlando afirma que 'cabe a Deus punir os homossexuais"
- Atuação do FBI é questionada após chacina em Orlando
- Marco Feliciano diz que grupos LGBT usam ataque em Orlando para se promover
- Rádio do Estado Islâmico reivindica massacre de Orlando
- Terrorismo volta aos EUA com massacre em boate gay de Orlando
- Cerimônia dos Tony é dedicada às vítimas do massacre de Orlando
O inquérito aberto nos Estados Unidos deverá determinar as razões que levaram Omar Mateen a matar 49 pessoas em uma boate emblemática da comunidade gay em Orlando (sudeste dos Estados Unidos).
Contudo, o EI reivindicou este ataque, afirmando que um "soldado do Califado" atacou um "clube noturno dos adeptos de Lot", como são chamados os homossexuais nos textos sagrados.
Desde o início de sua ofensiva no Iraque e na Síria, este grupo extremista tem difundido escritos e vídeos de propaganda para denunciar a homossexualidade, que é comparada ao adultério, a feitiçaria e a outros comportamentos que o grupo julga "desviante".
Os vídeos, especialmente terríveis, mostram pessoas "condenadas por sodomia" sendo jogadas do telhado de um edifício ou apedrejadas até a morte em público.
Crimes contra a Humanidade
O ONG Outright Action Internacional, uma associação de defesa dos direitos da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), reuniu cerca de 30 vídeos ou séries de fotos divulgados desde dezembro de 2014, mas não pôde confirmar a veracidade dos fatos.
O último data de 7 de maio e mostra um grupo de homens e meninos, alguns deles muito jovens, reunidos na província síria de Aleppo para assistir a "execução da sentença" contra um jovem.
A vítima é lançada do alto de um prédio de quatro andares e, em seguida, seu corpo é apedrejado até a morte, de acordo com fotos publicadas na internet.
Estas execuções são pronunciadas com base no "código penal" que o EI estabeleceu em 2014, inspirando-se, segundo eles, nos princípios da lei islâmica praticada nos primeiros dias do Islã.
Ativistas disseram nas redes sociais que, em algumas execuções, os homens tinham sido mortos por se oporem aos jihadistas, que utilizaram a sua suposta homossexualidade como um pretexto para matá-los.
A ONU acusa o grupo extremista sunita de crimes contra a humanidade pelas atrocidades cometidas (decapitações, crucificações, escravidão, etc.).
O grupo denuncia frequentemente as práticas "desviantes" nos países ocidentais. Sua revista Dabiq escreveu em 2015 que os muçulmanos que deixavam seus países em direção à Europa iriam se encontrar lá "sob a constante ameaça de prostituição, sodomia, drogas e álcool".
No mundo árabe-muçulmano, os homossexuais muitas vezes enfrentam rejeição por parte das suas famílias, o ostracismo social e a prisão, sob leis que punem as relações sexuais "contra a natureza".
Em alguns países como a Arábia Saudita, o Irã ou o Iêmen, as relações entre pessoas do mesmo sexo são puníveis com a pena de morte.